20 de março de 2013

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias?



  Após dar declarações racistas e homofóbicas, agora, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, Marco Feliciano (PSC-SP), decide atacar o direito das mulheres.

            Em uma entrevista para a divulgação de seu livro, “Religiões e política; uma análise da atuação dos parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e LGBTs no Brasil”, Feliciano afirma que é contra o direito da mulher, porque ele pode conduzir a uma sociedade predominantemente homossexual. Não custa reforçar, ele é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

            “Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter filhos. Eu vejo de uma maneira sutil atingir a família; quando você estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade onde só tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos”, afirma Feliciano na página 155. Aqui, vou fazer uso das palavras que a presidente argentina Cristina Krichner falou para Borgoglio, atual papa Francisco, em uma discussão parecida. “Parece que eu estou vendo um discurso da época medieval e da inquisição”.

            Em pleno ano de 2013 parece ridículo ter que falar que mulheres são seres humanos iguais aos homens, e por isso, merecem ter os mesmos direitos. O direito a ter um trabalho, e ao mesmo tempo uma família. O pesquisador Paulo Victor Lopes Leite, do Instituto de Estudos da Religião (Iser), falou para O Globo "Ele é misógino e homofóbico. Desde a invenção da pílula anticoncepcional, os casais heterossexuais podem manter vida sexual ativa sem que a gravidez ocorra. Atribuir aos homossexuais a responsabilidade pela destruição da família é um delírio. A destruição tem como culpado o homem, que sai de casa e abandona os filhos quando o relacionamento termina. É preciso entender que os filhos são responsabilidade do casal, e não apenas da mulher”.

            Mas, infelizmente, em pleno século XXI, existem pessoas que ainda acreditam fielmente que a responsabilidade dos filhos, do casamento, da casa, seja da mulher, e não do casal. Se um casamento acaba, a culpa é da mulher. Se um filho se desencaminha, a culpa é da mulher. Que loucura é essa? Vamos usar pelo menos, o bom senso. A responsabilidade de uma separação é do casal. A responsabilidade pelo filho, é do casal. A responsabilidade pela casa, é do casal. E o direito de ter direitos, trabalhar, ter uma vida independente, também é do casal.

                   Mas, o mais absurdo é que a pessoa que deveria estar lutando por isso, lutando pelas minorias e seus direitos, é o primeiro a levantar a bandeira do machismo, patriarcalismo, racismo e da homofobia. 

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