29 de agosto de 2011

Shopping Centers

O conceito moderno de Shopping Center deve ser o de uma espécie de minicentro de uma cidade, ou uma “micropolis”, que por ser artificial, está imune aos elementos lesivos de um centro convencional e que é capaz de confortar angústias e de completar o vazio na vida social de muitas pessoas.
A localização desses minicentros deve levar em conta a mobilidade urbana, ou seja, que o local escolhido seja passagem para qualquer pessoa que se desloque dentro de sua região de trabalho, lazer ou estudo.
O primeiro objetivo seria então, interceptar esse público consumidor para que entre no Shopping para fazer suas compras - por necessidade ou por impulso - no meio de seu deslocamento.
O outro objetivo seria atrair o púbico consumidor desde sua residência, trabalho ou escola, até o Shopping, também com o objetivo de buscar mercadorias, alimentação, lazer ou cultura.
Seguinte fator importante a ser analisado é a densidade demográfica da área de influência do empreendimento, da renda da população objetivo e dos seus hábitos de consumo.
O potencial de compra desta área mais próxima é muito importante na avaliação, pois especialistas estimam que entre 70% e 80% da demanda vem dos consumidores deste espaço.
Portanto, as dimensões e o conceito do Shopping devem estar associados ao tipo de público, seu tamanho, classe econômica e o potencial do crescimento urbano da região.

12 de agosto de 2011

A régua da ética

Quando se fala nesse assunto sempre se cria uma sensação de incerteza, pois falar em ética é falar de si próprio.
Poucas pessoas no mundo são capazes de dizer: eu não tenho ética. Essas palavras inserem em seu centro uma perspectiva de não tê-la é como não ser humano.
Ao que parece, não existe mesmo ser humano sem ética. É que ela tem forma e tamanho diferentes. Ou não tem. É amorfa.
Normalmente esse assunto está muito relacionado a dinheiro, ou a forma de como cada um se relaciona com ele. Na verdade ética está mesmo é relacionada a vida e a morte. Mas enfim, vamos pela estrada do coloquial.
Buscar o dinheiro é uma necessidade humana para sobreviver, viver e aparecer na sociedade.
É difícil imaginar que ética seja algo que se possa passar de pai para filho. Creio que não esta no DNA das pessoas. Está no contexto do mundo em que ela vive.
Há pessoas, com educação severa, e muito disciplinadas, que são capazes de ter atitudes que confrontam o nosso conceito de ética.
Assim, tenta-se parametrizar esse conceito de acordo com os nossos.
Um amigo me falava orgulhoso de que o filho havia passado no vestibular de engenharia. Na prova de inglês, sentou ao lado de um conhecido que havia morado nos Estados Unidos e que havia colado e gabaritado a prova. “Que cara de sorte!”.
Para esse amigo, de conduta corretíssima na sociedade, o filho não havia cometido nada de errado. Esse fato não é componente da ética. É estar atento às oportunidades de seu entorno.
Tenho certeza de que se o filho tivesse comprado o gabarito da prova, ele teria outra reação.
Comprar a prova é uma coisa, colar é outra.
Para um advogado defender um assassino confesso, não é falta de ética, é compromisso da profissão.
Já escutei alguém dizer que jamais defenderia um assassino, pois no seu modelo de ética esse trabalho o afronta.
Ganhar dinheiro e ter lucro é ético?
Sempre que alguém efetua esse ato estará tirando algum tipo de vantagem de outro. De alguma forma.
- Estou vendendo um bom produto ou um bom serviço. Isso é ético!
O valor é justo ou é ético?
Qual seria o valor ético ou qual a diferença entre o justo e o ético?
Portanto a pergunta: onde encontramos a régua da ética?
É muito difícil criticar alguém por falta de ética, pois sempre estaremos medindo pela nossa régua.
Talvez se possa dizer que ética seja os nossos limites próprios, impostos por nós mesmos às nossas atitudes do nosso cotidiano.

3 de agosto de 2011

A desindustrialização do Brasil

Há fortes indícios de que o Brasil esteja passando por um processo de desindustrialização. A maior preocupação dos empresários é que está havendo uma intensa substituição da produção local pelos importados.
Muitos setores estão aumentando suas importações e em muitas indústrias já estão promovendo uma forte substituição do investimento no aumento da produção - através da compra de tecnologia - pelo produto já manufaturado vindo da Ásia. È mais rentável.
A participação de produtos elaborados, nas exportações do país, era de mais de 70% há dez anos. Em 25 anos, esse percentual caiu quase a metade.
Falta ao Brasil uma política industrial clara, como a que impulsionou a indústria coreana na década de 80, por exemplo.
Naquela época, Brasil e Coréia disputavam quem tinha a maior dívida externa. O governo coreano implantou uma política industrial consistente de longo prazo e o país se transformou num dos maiores exportadores de manufaturados do mundo. Nestes últimos anos a dívida externa dos dois países reduziu drasticamente e o Brasil se transformou num forte exportador de commodities.
Temos que ter consciência de que, por muitos bons anos, não há nenhuma perspectiva de mudança significativa no valor da taxa de câmbio. Se ficarmos esperando um retorno do dólar a valores próximo de R$ 2,00, a exportação de manufaturados no Brasil chega próximo do mínimo admissível. Enquanto a China estiver crescendo, a ordem econômica mundial é essa, e isso pode durar mais uns 20 anos.
No Brasil temos empresas transformadoras com capacidade para competir no mercado internacional, com sobras. O que está faltando para isso é infraestrutura, custo de capital adequado, desburocratização dos processos, política tributária sintonizada com seu tempo e por fim, mentalidade de todo o conjunto da sociedade para competir no século XXI.

2 de agosto de 2011

Brasil, um país sectário

O Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a população negra superou a branca. Foram contabilizadas 97 milhões de pessoas que se declararam negras, ou seja, pretas ou pardas (na nomenclatura do IBGE), e 91 milhões de pessoas brancas.
Assim o Brasil passou a ser um país de minoria branca. O discurso de defesa de minorias, através do uso do recurso de cotas para negros ou pardos, cai por terra.
O fato de ser negro não significa ser mais ou menos competente do que branco, amarelo, ou vermelho. Porém, quando se dá cotas em universidades, por exemplo, para um determinado grupo social, automaticamente está se reconhecendo, em linhas gerais, falta de capacidade de competição deste grupo. Essa é a regra comum e conhecida.
Em uma conversa de fim de semana com amigos entrou em discussão o país sectário que o Brasil esta se transformando. Alguém na mesa comentou que jamais iria procurar um médico negro (por exemplo) já que esse profissional entrou na faculdade de medicina por cota e não por mérito. Não seria um profissional confiável.
Acaba-se nivelando por baixo e penalizando cruelmente aqueles negros ou mestiços com competência e méritos próprios em função de outro grupo - que todos sabemos que existe entre os brancos também - os que não são adeptos ao esforço para ganhar a sua vida econômica e profissional.
Essa discriminação veio de uma cópia torpe do modelo americano de cotas. Aqueles que importaram o modelo desconhecem o detalhe fundamental. A História dos dois países. Cópias puras de modelos de culturas pouco parecidas acabam transformando um país que não era racista num país brutalmente racista e ainda mais injusto.

1 de agosto de 2011

Motocicletas

Divido com vocês os posts abaixo que encontrei na WEB.

"Sobre andar de motos…
Sempre gostei de motocicletas, porém fui condicionado pelos meus pais, desde criança, que “o risco que se corre ao andar de moto não compensa”. Confesso que concordo em partes. Meu pai andava de moto e também gostava da sensação de liberdade que se tem ao pilotar, mesmo que seja desviando dos carros na cidade. Porém, quando eu tinha apenas seis anos, lembro do meu pai chorando a morte de um primo dele, de apenas 17 anos. Tenho poucas recordações do Marcelo, mas as que me vêm à memória são de um cara cheio de vida, que vivia feliz e que ia para cima e para baixo com sua moto.
A morte do Marcelo baixou um decreto lá em casa: nada de motos. Mas o tempo passou e quando fui tirar minha habilitação, aos 18 anos, optei pela categoria “AB” em função da minha profissão, pois sabia que mais cedo ou mais tarde, teria de testar motos. Dito e feito.
Na semana passada pude pilotar uma Harley-Davidson Dyna Supler Glide. Para mim, que não andava de moto há um bom tempo, foi uma aventura. A moto tem um desempenho excelente e era do estilo custom, o que eu mais aprecio. Não resisti. Mesmo sabendo das minhas limitações, realizei um antigo sonho. Fui para Santos de moto! Quando minha esposa e meus pais me viram chegando, o pânico foi geral. Mas disse para eles uma coisa que eu acredito que é certa: “quem tem medo de andar de moto, não cai”.
Sim, pois se você não tem confiança em excesso, não entrará nos chamados corredores ou fará manobras arriscadas. Mas nem sempre é assim. Há poucos dias, Bruno Cavaglieri Neto, um colega de redação nosso, pagou por um erro que não cometeu. A caminho do jornal em sua moto, ele foi fechado por um veículo na Avenida Sumaré, na Zona Oeste da Capital. Bruno faleceu aos 22 anos.
Quando soube do ocorrido, na mesma hora lembrei do primo do meu pai e novamente me veio à cabeça o questionamento: Será que o risco que se corre ao andar de moto realmente compensa?"

05/10/2010 - 19:29
Enviado por: Selma Beraldo Cavaglieri
"Acredito que andar de moto é arriscado sim, assim como estudar, trabalhar, parar em farol, atravesar a rua, etc.
Meu nome é Selma , eu sou a mãe do Bruno Cavaglieri Neto, vitima do acidente de moto ocorrido na Av. Sumaré, meu filho usava a moto apenas para ir até a Faculdade, se eu tivesse a possibilidade de voltar no tempo, a minha atitude seria a mesma, apoiaria o meu filho no uso da motocicleta, pois creio que nada acontece por acaso ou antes da hora, assim como o Bruno foi vitima da violência no transito, o seu melhor amigo foi vitima da violência urbana, faz três meses que ele foi atingido por um tiro a queima roupa , quando tentava ajudar um senhor, que estava sendo assaltado. Enquanto não tivermos mais respeito e amor ao próximo, estaremos sempre correndo riscos.
Aproveitem a vida motoqueiros ou não, com mais AMOR e RESPEITO."

O Post original e os comentários vocês encontram no link abaixo:

http://blogs.estadao.com.br/jornal-do-carro/sobre-andar-de-motos/

15 de junho de 2011

Cerveja não engorda

Um estudo espanhol recente evidenciou que tomar o equivalente a uma latinha de cerveja por dia combate a diabetes e previne contra hipertensão.
O tablóide ingles Daily Mail informou que pesquisadores espanhóis estudaram 1.249 homens e mulheres com mais de 57 anos e descobriram que aqueles que combinavam uma dieta mediterrânea (de peixe, azeite de oliva, frutas e vegetais) com exercícios e até um litro de cerveja por dia "não só não engordavam, mas em alguns casos, até mesmo perdiam peso". Os bebedores de cerveja também tiveram um menor risco de diabetes e pressão alta.
“A cerveja não é a culpada pela obesidade, já que ela tem cerca de 200 calorias por latinha - o mesmo que um café com leite integral” enfatiza a médica espanhola Rosa Lamuela, uma das responsáveis pela pesquisa feita em parceria com a Universidade de Barcelona, o Hospital Clínico de Barcelona e o Instituto Carlos III de Madri.
O estudo, intitulado "A cerveja, dieta mediterrânea e as doenças cardiovasculares", concluiu que a cerveja, que contém ácido fólico, vitaminas, ferro e cálcio, pode trazer os mesmos benefícios ao coração que aqueles anteriormente relacionados ao ato de beber vinho.
"Neste estudo nós banimos um mito. Sabemos que a cerveja não é a culpada pela obesidade ", afirma a Dra. Rosa Lamuela.
Entretanto, o Dr. Ramon Estruch, investigador principal do estudo, sublinhou que, para colher os benefícios cardiovasculares da dieta da cerveja, a pessoa precisa beber de forma sensata. Por ter graduação alcoólica baixa, as mulheres podem tomar dois copos de cerveja por dia, enquanto que os homens no máximo três.

6 de junho de 2011

Novembrada - Uma história que eu vi acontecer

A Novembrada, como é conhecida hoje, foi uma manifestação popular ocorrida em 30 de novembro de 1979 em Florianópolis durante uma visita do então presidente João Figueiredo para uma serie de homenagens (como descerrar uma placa em homenagem a Floriano Peixoto, na praça central da cidade).
É interessante como fatos mudam de sentido e contexto, dependendo das pessoas que passam a história à diante. Este acontecimento, contado por quem estava ali naquele momento, não ocorreu como descrito na atualidade.
É curioso quando se lê como historia hoje, as lembranças e eventos vividos na época da juventude. Naquele ano eu era estudante de engenharia elétrica da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Pertencia ao Centro Tecnológico, extremamente politizado e resistente a ditadura para a época. Lembro-me bem que naquele dia 30 de novembro tivemos aulas normalmente e a vida no Campus não sofreu nenhuma alteração - Eu já tinha visto outros momentos pesados por lá. Lembro-me de uma vez que foi desmontada uma aparelhagem de som em frente à Reitoria, simplesmente por estar tocando musicas do Geraldo Vandré. Mas no dia 30 de novembro de 1979, a vida lá, era normal. Rotineira.
Minhas aulas terminaram lá pelas 17h e para voltar para casa eu tinha que pegar dois ônibus. O primeiro me levava da Universidade para o centro da cidade. Eu desci no terminal e andei um quilometro, cruzando todo o centro, até o terminal onde eu devia pegar o segundo ônibus.
Recordo muito bem, enquanto passava pelo caminho de sempre, ou seja, cruzando a Praça XV de Novembro, em torno das 18h30min, percebi uma sujeira fora do comum pelas ruas em torno da Praça e da Rua Felipe Schmidt. Aquele cenário lembrava uma manhã de carnaval.
Tudo aconteceu num pequeno espaço, entre a frente ao Palácio Cruz e Souza e a Praça XV de Novembro, seguindo em L uma quadra pela Rua Felipe Schmidt - uns 200 metros ao todo. Deveria ter em torno de umas cem pessoas, vinte delas (mais ou menos) pertencentes ao Diretório Central de Estudantes da UFSC.
A manifestação acontecia com cartazes e bandeiras vermelhas contra a fome, baixos salários e liberdade de expressão, grandes estandartes da época.
A confusão começou quando alguém, que não pertencia ao grupo de estudantes que estavam preocupados com o Figueiredo, aproveitando o clima barulhento e por puro vandalismo, resolveu arrancar a placa de bronze (em homenagem a Floriano Peixoto) de seu pedestal. Este ato teve como consequência um ajuntamento de pessoas que passavam na área, e chutes foram dados na placa, como se estivessem jogando futebol.
Instaurou-se uma confusão, onde ninguém mais sabia quem eram os estudantes ou quem eram os ‘vândalos’ da região central. Pode-se imaginar em que aquela correria acabou se transformando.
Mais tarde, em casa, meu pai comentava sobre a confusão que tinha presenciado naquela tarde próximo ao lugar de seu trabalho. Comentava sobre o vandalismo com as lojas da região, que tiveram que fechar as suas portas para que não fossem invadidas.
No dia seguinte, os dois jornais da cidade davam importância moderada ao fato. Nada que pudesse influenciar de forma contundente a rotina das pessoas daquela, na época, pacata cidade.
Com o passar dos dias, os noticiários divulgavam que alguns estudantes estavam sendo enquadrados na Lei de Segurança Nacional, por agressões ao presidente da República e Ministros de Estado.
Veio dezembro, os preparativos para o Natal e o assunto desapareceu das conversas daqueles que circulavam pelo calçadão da Felipe, como era chamada a região.
Muitos anos depois, o ocorrido volta à cena com outra conotação. Filme com Lima Duarte de protagonista, e toda uma atmosfera de resistência a Ditadura Militar, chamada romanticamente ou marketeiramente de “Novembrada”.
Eu passei pela história deste bastião de resistência catarinense ao regime militar. Assim como essa, como será que se contam ou contarão as outras histórias da história de nossa Pátria Amada Brasil?

31 de maio de 2011

Collor e Lula. Pela Wikipédia.

Collor:
A maior e mais forte crise enfrentada pelo governo Collor tomou forma em junho de 1992 graças a uma disputa envolvendo o irmão Pedro Collor e o empresário Paulo César Farias a partir da aquisição, por este último, do jornal Tribuna de Alagoas visando montar uma rede de comunicação forte o bastante para eclipsar a Gazeta de Alagoas e as Organizações Arnon de Mello. Contornada em um primeiro instante, a crise tomou vulto ao longo do ano seguinte, possuindo como ápice reportagem da revista IstoÉ trazendo matéria com o motorista de Collor, Eriberto França . A revista Veja trouxe uma matéria na qual o caçula do clã, acusava o empresário PC Farias de enriquecer as custas da amizade com o presidente algo que teve desdobramentos nos meses vindouros: em 10 de maio, Pedro Collor apresentou a Veja documentos que apontavam o ex-tesoureiro do irmão como o proprietário de empresas no exterior e como as denúncias atingiam um patamar cada vez mais elevado a família interveio e desse modo o irmão denunciante foi removido do comando das empresas da família em 19 de maio por decisão da mãe, dona Leda Collor .
Oficialmente afastado por conta de "perturbações psicológicas", Pedro Collor não tardou a contra-atacar: primeiro apresentou um laudo que atestava a sanidade mental e a seguir concedeu nova entrevista a Veja em 23 de maio na qual acusou PC Farias de operar uma extensa rede de corrupção e tráfico de influência na qualidade de "testa-de-ferro" do presidente, o qual não reprimia tais condutas por ser um beneficiário direto daquilo que ficou conhecido como "esquema PC". Quarenta e oito horas depois a Polícia Federal abriu um inquérito destinado a apurar as denúncias de Pedro Collor e no dia seguinte o Congresso Nacional instaurou uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito destinada a investigar a veracidade das acusações.
Presidida pelo deputado Benito Gama (PFL–BA) e relatada pelo senador Amir Lando (PMDB–RO), a CPMI foi vista com certo desdém pelo governo, a ponto de Jorge Bornhausen, o então chefe da Casa Civil, ter declarado que a comissão "não levaria a lugar nenhum".
Pouco tempo depois Fernando Collor foi à televisão e rechaçou as denúncias feitas contra a administração e com isso sentiu-se à vontade para conclamar a população a sair de casa vestida em verde e amarelo em protesto contra as "intenções golpistas" de determinados setores políticos e empresariais interessados em apeá-lo do poder. O apelo pareceu ter dado certo: no dia 12 de agosto, quando completou 43 anos, foi homenageado por empresários, políticos, cantores, artistas e admiradores, parecendo até que tudo seria esquecido, havendo ampla cobertura midiática desse apoio. Entretanto, teve na verdade um efeito inverso ao que originalmente se propunha, pois o que se viu às ruas foram as manifestações de jovens estudantes denominados caras-pintadas, em referência às pinturas dos rostos que, capitaneados pela União Nacional dos Estudantes exigiam o impeachment do presidente numa cabala resumida no slogan "Fora Collor!" repetida à exaustão em passeatas por todo o país a partir de 16 de agosto. Segundo a opinião de diversos sociólogos e cientistas políticos, foi essa mobilização estudantil, (reforçada pela participação da sociedade civil organizada, o que aos poucos fez com que os meios de comunicação fossem abandonando Collor), o fator decisivo para que as investigações da CPMI avançassem e não fossem turvadas pela interferência governamental, ou seja, sem essa cobrança por parte da sociedade o afastamento de Collor provavelmente não teria ocorrido, ainda que o "embrião estudantil" da mesma tenha sido tachado inicialmente por setores da imprensa como algo "desprovido de idealismo e coerência política" à mercê da manipulação de grupos políticos de esquerda. Enquanto isso as apurações na CPMI colhiam, paulatinamente, uma série de depoimentos e também de documentos escritos que corroboravam os indícios da atuação de Paulo César Farias nos bastidores do poder.
Em 26 de agosto o relatório final da "CPI do PC" foi aprovado e nele constava a informação de que o presidente e os familiares tiveram despesas pessoais pagas pelo dinheiro recolhido ilegalmente pelo "esquema PC" que distribuía tais recursos por meio de uma intrincada rede de "laranjas" e de "contas fantasmas". Como exemplos materiais desse favorecimento foram citadas a reforma na "Casa da Dinda" (residência de Fernando Collor em Brasília) e a compra de um automóvel Fiat Elba. Cópias do relatório foram entregues para a Câmara dos Deputados e para a Procuradoria-Geral da República, e um pedido de impeachment foi formulado tendo como signatários o jornalista Barbosa Lima Sobrinho, presidente da Associação Brasileira de Imprensa, e o advogado Marcelo Lavenére, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. Entregue ao deputado Ibsen Pinheiro, presidente da Câmara dos Deputados, o pedido de abertura do processo de impeachment foi aprovado em 29 de setembro por 441 votos a favor e 38 votos contra, com uma abstenção e 23 ausências.
Sobre o dia da votação (transmitida para todo o país pelos meios de comunicação, que já haviam abandonado definitivamente Collor) vale registrar que a mesma transcorreu sob a égide do voto aberto e isso fez com que os deputados pensassem na sobrevivência política dada a proximidade das eleições municipais de 1992 e o desejo de reeleição em 1994, assim muitos parlamentares optaram pelo "sim" no momento decisivo apesar de promessas em sentido contrário, ou seja, votos que eram contabilizados para o governo migraram para o bloco do impeachment, dois dos quais merecem destaque o caso do deputado Onaireves Moura (PTB–PR), que dias antes organizara um jantar de desagravo ao presidente e a seguir o voto do alagoano Cleto Falcão, ex-líder do PRN na Câmara dos Deputados e amigo íntimo de Collor, demonstrando assim o total isolamento do presidente. Para aprovar a abertura do processo de impeachment seriam necessários 336 votos e o sufrágio decisivo ficou a cargo do deputado Paulo Romano do (PFL–MG).
Afastado da presidência em 2 de outubro, foi julgado pelo Senado em 29 de dezembro de 1992. Como último recurso para preservar os direitos políticos, Collor renunciou ao mandato antes do início do julgamento, mas a sessão teve continuidade. O julgamento foi polêmico e alguns juristas consideraram que o julgamento, após a renúncia, não deveria ter acontecido. Foi condenado à perda do cargo e a uma inabilitação política de oito anos pelo placar de 76 votos a 5 numa sessão presidida pelo ministro Sydney Sanches, presidente do Supremo Tribunal Federal.

Lula
Após denúncias do então deputado do PTB Roberto Jefferson, envolvido em esquema de propina na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, houve enorme desarranjo político entre o poder executivo e sua base, aumentado o grau de ataque dos partidos de oposição. Essa crise desdobrou-se em outras, que geraram certa paralisia no governo federal, inclusive com a queda de ministros e a cassação de deputados. Nesse período, compreendido entre abril e dezembro de 2005, o índice de aprovação do governo Lula atingiu o seu mais baixo percentual desde o começo de seu mandato. Também houve a demissão dos ministros José Dirceu, Benedita da Silva, Luiz Gushiken, por suspeitas de envolvimento em casos de corrupção ou prevaricação. Em janeiro de 2006, com o desgaste do Poder Legislativo em meio a absolvições de congressistas envolvidos no mesmo esquema, julgados por seus pares por envolvimento em episódios de improbidade, Lula consegue reagir, desvia-se dos escândalos e volta a ter altos índices de popularidade. O caso da venda de um dossiê para petistas em São Paulo, contendo informações sobre supostas irregularidades na gestão de José Serra no Ministério da Saúde, a menos de dois meses do primeiro turno das eleições de 2006, não diminuiu os índices de popularidade do presidente.
No entanto, continuou a ser ventilados casos como o do filho de Lula, Fábio Luís Lula da Silva, o "Lulinha", que teria supostamente enriquecido após fechar contrato de quinze milhões de reais com a empresa de telecomunicações Telemar da qual o governo é acionista.
No começo do ano de 2008 iniciou-se uma nova crise: a do uso de cartões corporativos. Denúncias sobre irregularidades sobre o uso de cartões corporativos começaram a aparecer. As denúncias levaram à demissão da Ministra da Promoção da Igualdade Racial Matilde Ribeiro, que foi a recordista de gastos com o cartão em 2007. O ministro dos Esportes Orlando Silva devolveu aos cofres públicos mais de R$ 30 mil, evitando uma demissão. A denúncia que gerou um pedido de abertura de CPI por parte do Congresso foi a utilização de um cartão corporativo de um segurança da filha de Lula, Lurian Cordeiro Lula da Silva, com gasto de R$ 55 mil entre abril e dezembro de 2007. A investigação, no entanto, contou com a abrangência desde o período de governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Alguns órgãos da imprensa alegaram que o Palácio do Planalto montou um dossiê que detalhava gastos da família de FHC e que os documentos estariam sendo usados para intimidar a oposição na CPI, mas a Casa Civil negou a existência do dossiê. Meses depois, sob críticas da oposição, a CPI dos Cartões Corporativos isentou todos os ministros do governo Lula acusados de irregularidades no uso dos cartões e não mencionou a montagem do dossiê com gastos do ex-presidente FHC.
“Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão.”
— Lula, ao justificar os acordos em seu governo.
Foi apresentado no dia 26 de janeiro de 2011 uma denúncia contra Lula e seu ex-ministro da Previdência Social Amir Lando por improbidade administrativa. No dia 22 de fevereiro do mesmo ano, venho a divulgação de que o Ministério Público Federal no Distrito Federal teria entrado com ação tendo como acusação de que ele e seu ministro teriam usado a máquina pública para promoção pessoal e a fim de favorecer o Banco BMG.
As supostas irregularidades ocorreram entre outubro e dezembro de 2004.
Collor iniciou sua caminhada na antiga ARENA. Governou o Brasil por dois anos e meio e renunciou para não ser retirado do cargo.
Lula iniciou sua caminhada no movimento sindical do ABC paulista. Governou o Brasil por oito anos e reelegeu sua sucessora na Presidência da República.

Origem dos textos deste post:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Collor_de_Mello
http://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Inácio_Lula_da_Silva

18 de maio de 2011

Brasil, um país manco

É normal a grande dificuldade de entendimento sobre o que é ser de direita e o que é ser de esquerda, aqui no Brasil.
Sempre me orientei na direção de que ideologia de esquerda é buscar a vanguarda, a mudança para o novo, enquanto que a direita é conservar as tradições manter os costumes antigos.
O entendimento que ser esquerda significa ser comunista ou socialista, vem por conta do Marxismo, século XIX, ou da doutrina comunista moderna, que trouxe o trabalho como a atividade capital da humanidade. Para e época, foi uma inovação no pensamento socioeconômico e assim navegou a bordo de todo o século XX.
Por outro lado cunhou-se a direita como o lado que defende o lucro a qualquer preço, mesmo a custas do sofrimento humano. Foi sempre combatido e menos aceito como o retorno, ao proprietário, do seu capital social, dinheiro ou título investido.
Esta confusão de entendimento tem permeado as mentes da maioria dos jovens e adultos brasileiros e servido de berço para o oportunismo delinquente de muitos, que se escondem atrás destes rótulos ideológicos, para simplesmente enriquecer - financeiramente - a si e aos seus.
Um grande problema aqui no Brasil é ter-se embaraço em dizer-se de direita, como se isso fosse delito político ou posição amoral.
Assim, a maioria maciça dos políticos é: esquerda.
Um país, para não ser manco, tem que ter direita e esquerda no mesmo tamanho e se alternando em governo e em política econômica.
Isso é o que ocorre nas melhores democracias mundo a fora, onde ser esquerda ou ser direita não é ser torpe. É apenas legítimo exercício de democracia.