3 de agosto de 2011

A desindustrialização do Brasil

Há fortes indícios de que o Brasil esteja passando por um processo de desindustrialização. A maior preocupação dos empresários é que está havendo uma intensa substituição da produção local pelos importados.
Muitos setores estão aumentando suas importações e em muitas indústrias já estão promovendo uma forte substituição do investimento no aumento da produção - através da compra de tecnologia - pelo produto já manufaturado vindo da Ásia. È mais rentável.
A participação de produtos elaborados, nas exportações do país, era de mais de 70% há dez anos. Em 25 anos, esse percentual caiu quase a metade.
Falta ao Brasil uma política industrial clara, como a que impulsionou a indústria coreana na década de 80, por exemplo.
Naquela época, Brasil e Coréia disputavam quem tinha a maior dívida externa. O governo coreano implantou uma política industrial consistente de longo prazo e o país se transformou num dos maiores exportadores de manufaturados do mundo. Nestes últimos anos a dívida externa dos dois países reduziu drasticamente e o Brasil se transformou num forte exportador de commodities.
Temos que ter consciência de que, por muitos bons anos, não há nenhuma perspectiva de mudança significativa no valor da taxa de câmbio. Se ficarmos esperando um retorno do dólar a valores próximo de R$ 2,00, a exportação de manufaturados no Brasil chega próximo do mínimo admissível. Enquanto a China estiver crescendo, a ordem econômica mundial é essa, e isso pode durar mais uns 20 anos.
No Brasil temos empresas transformadoras com capacidade para competir no mercado internacional, com sobras. O que está faltando para isso é infraestrutura, custo de capital adequado, desburocratização dos processos, política tributária sintonizada com seu tempo e por fim, mentalidade de todo o conjunto da sociedade para competir no século XXI.

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