12 de novembro de 2018

O Poeta e eu


http://silolirico.blogspot.com/Depois de muitos anos, a internet me propiciou reencontrar um velho amigo, que conheci no início de minha profissão de engenheiro, quando tive a oportunidade de trabalhar a seu lado.

Ele revelou ao mundo sua natureza de poeta e por isso foi exaltado a membro da Academia Catarinense de Letras. Laerte Silvio Tavares. Modestamente se diz um engenheiro construtor de versos.

Reencontrei-o quando de sua nomeação para o assento na Cadeira 16.

Seu blog Silo Lírico (http://silolirico.blogspot.com/) foi a porta que reabriu nosso contato.

Laerte, como eu o chamo, é um magistral escritor de décimas e uma alma sensível.

Possui vários livros em sua biografia.

Fala sempre de sua terra, de seus amigos e suas paixões. De uma memória invejável, é capaz de lembrar-se de pessoas e fatos que para muitos ficam na poeira do tempo.

Não poderia deixar de registrar essa enorme alegria e recomendar aqueles que têm a paciência ou a generosidade de visitar este colóquio, que deem uma mirada também em seu blog.

Lá encontrarão coisas magnificas para deleite da alma.

1 de novembro de 2018

O holocausto brasileiro


Entre 1940 e 1945, quando foi libertado pelos russos, o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, maior complexo deste tipo do nacional-socialismo, matou 1,3 milhões de pessoas entre judeus, russos, poloneses, húngaros, membros da resistência, intelectuais, homossexuais, ciganos, etc.

Auschwitz – Birkenau não era um campo de trabalho como os demais, mas foi construído com a função de exterminar os prisioneiros que entravam nele. Para isso, foi equipado com cinco câmaras de gás e fornos crematórios, cada um deles com capacidade para 2.500 prisioneiros.

Foram 5 anos de absoluta crueldade perpetrado pelo NSDAP (Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães) no período de governo nazista na Alemanha, ao que chamavam de “Solução Final”.

Entre 2012 e 2017, período de governo do PT (Partido dos Trabalhadores) no Brasil, morreram 1,35 milhões de crianças durante o primeiro mês de vida por conta de condições como a prematuridade, que poderia ser prevenida por meio do acesso à água tratada, ao saneamento e a unidades de saúde, segundo o Instituto Trata Brasil. São os mesmos 5 anos da tragédia de Birkenau.

São 361 mil crianças com menos de 5 anos que morrem por ano em razão de diarreia, como resultado do baixo acesso à água tratada, ao saneamento e a condições adequadas de higiene.
Em cinco anos temos um total de 1,8 milhões de crianças.

Este é só um exemplo quando contextualizamos as ações perpetradas por governos oportunistas que tomam as populações pelo que se chama propaganda ideológica.

A catástrofe alemã terminou há 73 anos, mas a brasileira continua ocorrendo até nossos dias.

Convenhamos, não há ideologia que ampare estes holocaustos.

31 de outubro de 2018

A indústria brasileira e o mimimi


“Vamos salvar a indústria brasileira apesar dos industriais” diz  Paulo Guedes.

Esta é uma das frases mais lúcidas ditas por um brasileiro nos últimos 60 anos.


É preciso dar um basta nesta mania dos industriais brasileiros não querem competir e correrem para o governo, como crianças mimadas, pedirem a sua proteção para evitar que seu irmão bata neles.
Tornam-se preguiçosos, incompetentes e frágeis para enfrentarem o mundo real e global.


Todos se socorrem nas medidas protecionistas para se defenderem da competição internacional
Existem três focos principais para a defesa comercial.

O mais comum é o de ações antidumping, que impõem taxas sobre produtos importados por preços “abaixo” do praticado no mercado.

Há também ações contra subsídios. Embora elas possam ser resolvidas internamente, com taxas sobre produtos subsidiados, o campo mais importante de discussão é a Organização Mundial do Comércio (OMC), que tem regras bem definidas sobre esse tipo de benefício.

Por último, existem ações de salvaguarda, aplicadas para proteger indústrias “frágeis” diante de competidores mais produtivos.

Os direitos antidumpings têm como objetivo evitar que os produtores nacionais sejam prejudicados por importações realizadas a preços considerados como desleal em termos de comércio em acordos internacionais.

No Brasil, hoje, temos 89 produtos protegidos por medidas antidumping São produtos como escovas de cabelo, espelhos, cadeados, louça de mesa, etc.

Não há nenhum sentido em proteger mercados como estes contra a competição internacional.
Qual seria seu peso na balança comercial?

O sucateamento da indústria brasileira tem origem neste tipo de ação perpetrada pelos industriais e governos com mentalidade atrasada ao tempo de nossa reserva de mercado da informática, que liquidou a indústria de hardware no Brasil.

Os industriais podem torcer o nariz para Paulo Guedes, mas ele tem a mais pura razão em dizer o que disse.

30 de outubro de 2018

O jornalismo brasileiro e as padarias


O momento político por que passa o Brasil em 2018 tem sido uma lição para todos nós.

Parece que algo mudou. Talvez seja cedo para dizer isso, mas nesta frase também se esconde uma esperança.

Grandíssima parte do jornalismo brasileiro também deveria mudar, para acompanhar esta brisa.
Nossas escolas de jornalismo formaram nos últimos 30 ou mais anos, não uma legião de sacerdotes da cultura e da informação, mas uma massa uniforme de ideias repetidas.

É hora de mudar. O marxismo gramisciniano é passado já há algum tempo. Nossas universidades pararam de formar pensadores, para formar repetidores de ideias de outros que também não pensam há um bom tempo.

Um cociente coletivo, sim cociente.

A liberdade de pensamento amplo e irreverente deu lugar a seguidores de dogmas “progressistas”.

É uma pena!

Não há mais contra cultura na intelectualidade brasileira. Por incrível que pareça a contracultura aqui é o pensador não alinhado com as velhas teorias de Marx.

O Brasil tem que mudar, mas os jornalistas têm que puxar este cordão. É deles que sempre se esperou a conflagração cultural e intelectual. Mas estão acomodados e pensando todos dentro do mesmo modelo. Todos formados em formas. Como pães de padaria.

Vamos ver se a partir deste momento evolui outra geração no jornalismo que possa pensar com seus próprios teclados. Que não sigam mais os dogmas antiquados do passado. Que criem e que sejam contra cultura.

18 de outubro de 2018

A República pelo amor de uma dama


Como boa parte da história brasileira, a história da proclamação da republica brasileira, não poderia ser diferente daquela contada nos livros de história pelas escolas.

Segundo historiadores brasileiros, havia no Rio Grande do Sul uma dama quarentona  e muito bonita, chamada Maria Adelaide Andrade Neves Meireles, conhecida como Baronesa do Triunfo, que usava este título por ser filha do Barão de Triunfo.

Em 1883, quando governou o Rio Grande do Sul, Deodoro da Fonseca encantou-se com a dama. Mesmo casado, Deodoro costumava cortejar as belas que o cercavam.

No entanto Adelaide era uma admiradora política de Gaspar Silveira Martins, um senador liberal gaúcho, galanteador e muito admirado pelas mulheres de sua época.

Conta-se que a relação de Gaspar e Adelaide estreitou-se por conta de uma queda de cavalo em que o senador quebrou a perna e foi auxiliado durante a convalescência pela Baronesa. 

O charme de Maria Adelaide teria deflagrado uma disputa romântica entre Deodoro e Gaspar a partir de 1883, conforme a obra de Laurentino Gomes.

Deodoro também era adversário de Gaspar Martins porque o senador falava mal dos militares segundo o historiador militar coronel Claudio Moreira Bento.

Deodoro da Fonseca cresceu num meio monarquista, ideias monarquistas, seu pai era membro do Partido Conservador. Tudo que Deodoro foi, ele deve ao sistema monarquista. Entrou com 16 anos para a vida militar, não teve filhos – diziam que era estéril – mas adotou como filho seu sobrinho Hermes da Fonseca, que viria mais tarde a ser o 9º presidente da República.

No dia 15 de novembro de 1889, Deodoro liderou o golpe que destituiu o gabinete do Visconde de Ouro Preto, seu adversário político, mas, ao longo do dia, relutou em proclamar a vitória. 

Segundo o historiador Eduardo Bueno, a cena que se sucedeu foi a seguinte:
“Benjamim Constant – um científico – tentou comandar as tropas revolucionárias até o Quartel Geral do Exército, no Rio de Janeiro, porém como ele nunca tinha sido um militar de caserna foi chamar seu amigo Deodoro da Fonseca. A tropa estava perdida. A infantaria desordenada, a cavalaria sem comando, os fuzileiros nervosos. Deodoro então liderou as tropas até o Quartel Geral”.
Conforme diz o historiador, contam que informaram a Deodoro que o 1º ministro, o visconde de Ouro Preto, teria pedido a prisão de Deodoro - mentira conspiratória. “Chegando ao Quartel, o visconde de Ouro Preto estava reunido com o ministério e o marechal Deodoro da Fonseca destituiu o 1º ministro, mas seu amigo o imperador continuava no cargo. Tinha acabado de chegar de uma viagem da Europa”.

Sofrendo de fortes dores no peito, dispneia, cansaço, Deodoro então retornou a sua casa e foi descansar em seu quarto. 

No período da tarde, os conspiradores retornaram à residência do marechal e disseram-lhe que quem tinha assumido o cargo de 1º ministro era seu grande inimigo, o senador Gaspar Silveira Martins, a quem a Marquesa do Triunfo havia preferido.

Na verdade, esta informação nada tinha de certo, pois ele não tinha sido nomeado pelo imperador Dom Pedro II. “Eles queriam era que Deodoro tomasse as rédeas do poder e acabasse com a falida monarquia”.

Sem suntuosidade alguma, Deodoro da Fonseca, de pijamas mesmo, disse: “Digam ao povo que a República está feita”. Ou melhor, a República brasileira nasceu de um golpe militar sob a luz do positivismo, do científico Benjamim Constant, orquestrado na Academia Militar da Praia Vermelha.
Foi então que às 15h, do dia 15 de novembro de 1889, é lavrada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro a declaração de Proclamação da República. 

A partir daí o Brasil passa a se unir as demais repúblicas sul americanas e Deodoro se torna o primeiro presidente do Brasil.

Maria Adelaide morreu no ano de 1929 aos 91 em Porto Alegre anos e Gaspar Martins no Uruguai, em 1901.

É sintomático ainda comparar a madrinha republicana do Brasil com o símbolo universal da República – a efígie de Marianne, que pode ser vista em qualquer nota de real. Marianne foi concebida como uma musa pelos republicanos franceses. Ela não é uma pessoa de carne e osso, marcando a impessoalidade da República ideal, que não faz diferença entre cidadãos. Marianne – a contração dos dois nomes femininos mais comuns na França do século 18 (Marie e Anne).