19 de março de 2013

Brasil e Venezuela


            Ao deixar a Venezuela sob a cobertura da noite, pulando uma cerimônia fúnebre para o funeral de Hugo Chávez, Dilma Rousseff mais uma vez tentou traçar uma marca mais moderada do esquerdismo e enviar um sinal claro aos investidores e diplomatas.
            Dilma participou da cerimonia de uma forma discreta, mantendo uma certa distância do legado de Chávez. Poucas horas depois de sua morte, Em discurso, ela expressou admiração pelo líder socialista, mas também incisivamente acrescentou que o Brasil não está inteiramente de acordo com muitas das suas políticas linha-dura.
            As pessoas próximas a Lula e Dilma dizem que eles genuinamente admiravam Chávez e sua compaixão para com os pobres, e ambos foram emocionalmente devastados por sua morte de câncer aos 58 anos. No entanto, os dois também tiveram inúmeras oportunidades para educadamente destacar desentendimentos com ele. Segundo as más línguas, isso foi uma maneira encontrada para que Brasil e Venezuela não fossem confundidos pelos olhos da comunidade internacional e líderes empresariais.
            Essa mensagem pode reforçar a reputação do Brasil como um líder entre os governos latino-americanos que nos últimos anos adotaram seu esquerdismo mais moderado, casando-se de robustas políticas sociais com princípios do livre mercado, tais como os direitos dos grandes proprietários. Diplomatas em Washington e na Europa observaram cuidadosamente que o Brasil está em um momento em que busca mais influência global e um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
            Dilma também ofereceu ao candidato a presidência da Venezuela, Nicolas Maduro, assistência não financeira nos próximos meses, se ele vencer a eleição. A oferta inclui técnicas de aplicação do projeto "Minha Casa, Minha Vida".
            No entanto, tanto Dilma e Lula deixaram a Venezuela antes da cerimônia fúnebre de Chavéz, que teve a participação de dignitários de mais de 30 países, incluindo algumas figuras polarizadoras, como presidente de Cuba, Raúl Castro, e do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.
            Ao contrário de Lula, que estava perto com Ahmadinejad, Dilma se esquivou do contato com o presidente do Irã desde que assumiu o cargo em 2011.  A presidente argentina, Cristina Kirchner também esteve ausente da cerimónia de sexta-feira, apesar de ter atribuído o fato a motivos de saúde.

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