Ao deixar a Venezuela sob a
cobertura da noite, pulando uma cerimônia fúnebre para o funeral de Hugo Chávez,
Dilma Rousseff mais uma vez tentou traçar uma marca mais moderada do
esquerdismo e enviar um sinal claro aos investidores e diplomatas.
Dilma participou da cerimonia de uma
forma discreta, mantendo uma certa distância do legado de Chávez. Poucas horas
depois de sua morte, Em discurso, ela expressou admiração pelo líder
socialista, mas também incisivamente acrescentou que o Brasil não está
inteiramente de acordo com muitas das suas políticas linha-dura.
As pessoas próximas a Lula e Dilma
dizem que eles genuinamente admiravam Chávez e sua compaixão para com os
pobres, e ambos foram emocionalmente devastados por sua morte de câncer aos 58
anos. No entanto, os dois também tiveram inúmeras oportunidades para
educadamente destacar desentendimentos com ele. Segundo as más línguas, isso
foi uma maneira encontrada para que Brasil e Venezuela não fossem confundidos pelos
olhos da comunidade internacional e líderes empresariais.
Essa mensagem pode reforçar a
reputação do Brasil como um líder entre os governos latino-americanos que nos
últimos anos adotaram seu esquerdismo mais moderado, casando-se de robustas
políticas sociais com princípios do livre mercado, tais como os direitos dos
grandes proprietários. Diplomatas em Washington e na Europa observaram
cuidadosamente que o Brasil está em um momento em que busca mais influência
global e um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Dilma também
ofereceu ao candidato a presidência da Venezuela, Nicolas Maduro, assistência
não financeira nos próximos meses, se ele vencer a eleição. A oferta inclui
técnicas de aplicação do projeto "Minha Casa, Minha Vida".
No entanto,
tanto Dilma e Lula deixaram a Venezuela antes da cerimônia fúnebre de Chavéz,
que teve a participação de dignitários de mais de 30 países, incluindo algumas
figuras polarizadoras, como presidente de Cuba, Raúl Castro, e do Irã, Mahmoud
Ahmadinejad.
Ao contrário de Lula, que estava
perto com Ahmadinejad, Dilma se esquivou do contato com o presidente do Irã desde
que assumiu o cargo em 2011. A
presidente argentina, Cristina Kirchner também esteve ausente da cerimónia de
sexta-feira, apesar de ter atribuído o fato a motivos de saúde.
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