22 de março de 2013

Brasil e seus negocios na Venezuela



            Os líderes de empresas com exportação do Brasil, se pudessem escolher um líder para a Venezuela, escolheriam o herdeiro político de Chávez, Nicolas Maduro. Não que eles apoiem a arrogância anti-capitalista de Chávez, que morreu de câncer no mês passado, longe disso. Mas eles esperam segurar contratos lucrativos para as exportações de alimentos e projetos de construção que ele assinou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua sucessora, Dilma Rousseff. Em entrevista para a Reuters, José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil disso "No curto prazo, uma vitória de Maduro seria o melhor".
            Como a economia do Brasil abrandar para um rastreamento, a última coisa que seus empresários querem, é perder mercados em crescimento. Durante a última década, as exportações brasileiras para a Venezuela aumentaram 533 por cento, para cerca de US $ 5 bilhões, tornando-se o segundo maior mercado do Brasil na América Latina depois da Argentina, os dois principais compradores de produtos manufaturados brasileiros. Economistas dizem que os investimentos do Brasil na Venezuela são cerca de US $ 20 bilhões.
            A Venezuela, um país produtor de petróleo que importa 70 por cento dos seus alimentos, é agora o terceiro maior consumidor de carne bovina do Brasil e um importante comprador de sua galinha (esse fato se intensifica com a decisão da China de não comprar mais soja do nosso país). Além disso, projetos de infra-estrutura lançados durante os 14 anos de governo de Chávez, são executados por empresas brasileiras, como a Odebrecht.
            Pesquisas sobre quem está na frente da corrida presidencial na Venezuela deve aliviar os brasileiros com interesses comerciais por lá. Uma pesquisa independente mostra Maduro, que, como ex-ministro de Chávez, está com uma vantagem de 14,4 por cento sobre o seu adversário, Henrique Capriles. "Muitos vêem a sua eleição como favorável à presença do Brasil na Venezuela", disse Pedro Silva Barros, economista do Instituto Brasil de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em Caracas, também para a Reuters.
            Mas foram os estreitos laços de Chávez com Lula que protegeram as empresas brasileiras das nacionalizações frequentes da Venezuela. A presença da Odebrecht é tão forte que Chávez até brincou dizendo que ele havia tentado converter o presidente da empresa para o socialismo. A empresa tem 8.000 funcionários na Venezuela, com nove projetos, incluindo uma barragem na Amazônia.
            Concordando ou discordando de Hugo Chavéz, o fato é que muitos brasileiros dependem da Venezuela para ganhar seu pão. Agora o que resta é esperar, e independente da vitória, torcer para que os negócios do nosso país não sofram.

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