5 de novembro de 2012

Sandy causa mais estragos do que o contabilizado


Após a água do furacão Sandy retroceder, ficaram marcas feias nas paredes do distrito de arte de Nova York, subindo até cinco metros em alguns edifícios, e galeristas viraram escombros. Na sexta-feira foi avaliado os danos em valiosas obras de arte.
            Ruas no bairro de Chelsea no lado Este de Manhattan, junto ao Rio Hudson tinham espalhados quadros e material de construção de galerias danificadas, que inundou alguns importantes espaços com vários metros de água.
            Helen Im, co-proprietária do grupo Fine Art Conservation Suyeon com Kim, que restaura a arte, disse para a Reuters que a maioria dos danos foi no piso térreo das galerias. "Nós nunca vimos um evento como este nas redondezas. É surreal, honestamente, ver o tamanho deste dano, tudo ao mesmo tempo e tão espalhado", disse ela em uma entrevista. Chelsea é o lar de diversas galerias de arte com os estoques totais de dezenas de milhões de dólares.
            Embora a área está em uma zona de evacuação e os proprietários tomaram precauções para salvar as obras de arte, protegendo-as com plástico e embalagens ou movendo-as para níveis mais elevados, se possível, muitos ficaram surpresos com o impacto da tempestade. "Foi devastador", disse Rachel Churner,  proprietária da Churner and Churner Gallery que abriu menos de dois anos atrás, a apenas a duas quadras do rio. "Todo mundo fez o melhor que podia, mas o dano foi muito pior do que o previsto”, completou. Embora o piso térreo estivesse bem, o porão da galeria estava completamente arruinado. "Eu não tenho um valor em dólares de danos", explicou ela. "Nós ainda estamos esperando que um monte de coisas possam ser restauradas e estão, tentando descobrir o que pode e não pode ser recuperado."
            David Platzker, proprietário da Specific Object, uma livraria especializada em livros raros sobre arte, foi um dos poucos sortudos. Sua galeria está abrigada em um edifício alto em frente ao rio Hudson. "Teoricamente, não sofreu nenhum dano, apesar de estarmos impedidos de acessar nosso prédio até que a energia seja restaurada, que espero venha a ser o mais tardar segunda-feira", disse ele à Reuters. Mas ele está preocupado com o que tem visto na área. "Existem linhas de escumalha que estão quatro pés acima do chão", disse ele. "Só podemos imaginar o que isso significa para o dano ao espaço físico e do conteúdo da arte", completa.
            Em seus 20 anos como conservadora de pintura, Im disse que nunca lidou com algo assim. Seu estúdio já está cheio de obras de arte danificadas. "Alguns deles são perda total e outros terão que ser tratados através de companhias de seguros, mas muitos podem ser recuperadas", disse ela. "Há uma ampla gama de danos. Tenho visto algumas galerias do piso térreo que não têm nenhum dano à obras de arte, enquanto outras que foram completamente devastadas". Embora Im não pode estimar suas perdas, ela disse que as obras vão de alguns milhares de dólares a centenas de milhares de dólares cada. "Vai ser um esforço de longo prazo para recuperar o que perderam ou o que pode ser restaurado”, encerra.

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