É a pintura mais famosa do mundo, e
sabe-se que a Mona Lisa, que apareceu inclusive em livros de Dan Brown, e se
sorriso enigmático, ainda exerce um fascínio complexo e difuso. Mas, que o
mesmo valesse para os restos mortais da musa inspiradora do retrato mais famoso
de Leonardo da Vinci, ninguém poderia imagina. Pelo menos até hoje, quando na
Igreja de Santa Úrsula, em Florença, possível lar eterno de Mona Lisa,
desembarcaram duas equipes de TV estrangeiras: a CNN americana e Fuji do Japão,
entrando na capital toscana apenas e só para acompanhar as escavações que estão
aos arredores do antigo convento, olhando para o que poderia ser os restos de
Lisa Gherardini.
Uma visita inesperada talvez, mas
certamente em linha com o interesse do mundo por Leonardo Da Vinci. Aquilo que
na Itália aparece como apenas uma empoeirada pesquisa entre cadáveres antigos,
nos Estados Unidos e Japão representa uma aventura emocionante, suspensa entre
a arte e a história, que poderia culminar com a descoberta da Mona Lisa de carne
e osso.
É claro que mais ossos do que carne.
Mas não é o aspecto biológico que levou jornalistas estrangeiros no rastro de
uma mulher que morreu há 500 anos. "Primeiro de tudo, há o fascínio de
Leonardo Da Vinci, o gênio por excelência em todo o mundo - diz o professor
Silvano Vinceti, chefe da pesquisa - e depois há a Mona Lisa no Louvre, que a
cada ano, sozinha atrai 2, 5 milhões de turistas. Mais do que com o Uffizi de
Florença. Nós italianos estamos acostumados com a beleza, e nós perdemos a
capacidade de nos surpreender. Os estrangeiros, no entanto, tem uma paixão e
isso se pode notar através da mídia. "
Mas a paixão também é possível para
uma pilha de ossos? Aparentemente sim. A CNN vai fazer uma matéria e vai
embora. A Fuji do Japão, em sua vez, vai ficar mais tempo, e em todos os casos
só voltará mais tarde: é, de fato, estão fazendo uma reportagem especial longa,
que segue todas as fases de pesquisa, incluindo resultados. Sim, porque o que
importa não é a poeira que agora está subindo a Santa Úrsula, mas o resultado,
que poderia dar a análise dos possíveis restos de Lisa Gherardini.
"Todos os restos mortais serão
transferidos para Ravenna, sob a direção do Departamento de património cultural
de Bolonha”, explica Vinceti, “alí serão executados exames avançados: histologia,
carbono-14, DNA, etc.. Se o resultado for positivo, o que significa que o corpo
encontrado pertence à Mona Lisa, vamos passar para a reconstrução da superfície
a partir do crânio. "
Uma perspectiva que está pronta para
ser trabalhada por várias universidades estrangeiras, que não podem esperar
para comparar o rosto de Mona Lisa da obra com que o que o computador irá
reconstruir a partir dos restos mortais encontrados. Iniciadas em maio de 2011,
as escavações foram interrompidas após um mês devido à falta de fundos. A retomada
foi feita em maio 2012: Escavações na igreja foram concluídas, e agora os
operários estão trabalhando nas partes grandes, para depois passar para as
pequenas, e terminar tudo em torno de dezembro desse ano.
Mas a notícia que se espera é apenas
de que a descoberta é realmente do corpo de Lisa Gherardini. "Os restos
mortais encontrados até o momento são oito. Mas podemos ter surpresas nos
próximos dias ", promete Vinceti, que tem mais de uma ideia do que fazer,
uma vez recuperados os restos da Mona Lisa. "Temos apresentado um projeto
para o centro turístico e cultural desta descoberta, usando novas tecnologias.
Na prática, nós gostaríamos de reconstruir virtualmente, através de hologramas,
ao conseguir o mesmo Leonardo enquanto pintava Mona Lisa. Acreditamos que
Florença deve dar mais espaço para Leonardo Da Vinci: não há qualquer vestígio
de seus 17 anos na capital da Toscana "
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