6 de novembro de 2012

O Príncipe


Para compreender a obra de Nicolau Maquiavel, O Príncipe, é necessário entender o contexto que esta obra está inserida. Maquiavel perdeu o emprego, com a volta dos Médici ao poder, e almejava voltar para a corte. Assim, na sua propriedade rural, começa a escrever esse livro com o intuito de agradar os senhores do momento, e conseguir um cargo. Então, em O Príncipe, Maquiavel estuda os principados, suas espécies, e como podem ser conquistados, conservados, ou até perdidos.
            Começaremos com a definição de Estado por Maquiavel; “todos os domínios que existiram ou existem e possuem império sobre os homens, foram ou são repúblicas ou principado.”. Maquiavel diz que são quatro maneiras de se conquistar um principado. Conquista-se pela virtu (virtude) – para Maquiavel virtude significa força e ação -, pela fortuna (sorte), pela perversidade e pelo consentimento dos cidadãos.
            Os principados hereditários, onde o poder passou de pai para filho, resulta em menores dificuldades para se manter. O príncipe hereditário tem menos necessidade de se defender, já que o domínio já estava com a sua família, o que resulta em ser mais amado.
            A dificuldade se encontra em anexar novos territórios. Se um príncipe anexa um principiado a um Estado, se forem da mesma província e da mesma língua, ele será facilmente conquistado. Porém, para mantê-lo deve-se extinguir o sangue do antigo governante e não alterar as leis nem os impostos. Mesmo que se conte com poderosos exércitos, é preciso da colaboração dos habitantes da província para se manter nela. Agora, quando são de línguas, leis e costumes diversos, recomenda-se ao conquistador estabelecer-se na província. Outro meio eficaz é fundar colônias, que não custam nada e são mais fieis. Assim, observa-se que os homens devem ser ou agravados ou liquidados, porque se vingam de ofensas leves. Convém também ao príncipe enfraquecer os poderosos, porque quando alguém torna poderoso o outro, arruína-se. Deve, então, o governante, proteger o mais fraco, para ganhar o amor do povo.
            Quando se conquista um território que vive em liberdade, existem três modos de conservá-los; ou se aniquila, ou os habita pessoalmente, ou os deixa viver sob suas próprias leis, cobrando-lhes tributos moderados e organizando um governo de poucas pessoas que se conservem fiéis ao conquistador. Conquistar um principado inteiramente novo, existem maiores ou menores dificuldades, que resulta de quem os conquistou. Aqueles que chegam ao poder somente levados pela fortuna, atingem o principiado com pouco esforço, mas lutam muito para nele se manter. Se julga necessário, em um principiado novo, precaver-se de inimigos, fazer amigos, vencer pela força ou pela fraude, fazer-se amado ou temido, respeitado e seguido pelos soldados. Liquidar quem puder prejudicar, inovar com leis, ser severo e grato, magnânimo e liberal, extinguir a milícia infiel e criar uma nova e manter a amizade dos reis e dos príncipes.
            Aos que chegaram ao principado pela adversidade, seja por qualquer meio perverso ou pelo consenso dos seus cidadão, Maquiavel recomenda que as perversidades devem ser feitas todas ao mesmo tempo, porque durando pouco ofendem menos, e os benefícios devem ser entregue para poucos, para que se saboreie mais. E, sobretudo, um príncipe deve conviver com seus súditos, de modo que bons ou maus acontecimentos não abalem essa convivência.
           

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