A
revolução na Tunísia, em 2011, derrubou o ditador Zine El-Abidine Ben Ali,
abrindo espaço para as primeiras eleições democráticas no país em 23 anos. Após
meses de protesto, começou o início da chamada Primavera Árabe – que inspira
revoluções no Oriente Médio que até hoje contra governos ditatoriais, como por
exemplo na Síria.
O presidente eleito pelo povo
tunisiano foi o ex-exilado de guerra Moncef Marzouki, que é formado em medicina
e opositor de longa data do ditador Ben Ali – Marzouki foi preso diversas vezes
na década de 1990. O novo presidente fundou o Comitê Nacional em Defesa dos
Prisioneiros de Consciência e foi presidente da Comissão Árabe de Direitos
Humanos. Em 2002, já durante seu exílio na França, fundou ao lado de outros
tunisianos na mesma situação, o partido político Congresso pela República.
Moncef dizia que o único método para
derrubar Ali era a partir de um movimento popular que empregasse os métodos da
resistência civil, e não revoltas armadas. Em 2011 ficou-se provado que ele
estava certo, e o médico voltou para a Tunísia onde anunciou sua candidatura, e
foi eleito presidente interino pela nova Assembleia Constituinte da Tunísia, em
outubro de 2011.
Mas, quando a festa acaba, começa o
trabalho. “Marzouki, ativista pelos direitos humanos, deve agora liderar o
Estado que o aprisionou. Poderá ele transformar o Estado?” Essa é a pergunta do
fundador do WikiLeaks, Julian Assange, em entrevista com Moncef Marzouki, para
o terceiro episódio da série “O mundo amanhã”. “Estou descobrindo que o fato de
ser chefe de Estado não significa que você tenha todo o poder”, diz o líder
tunisiano.
A série “O mundo amanhã” é publicada
pelo Radar Global e sai sempre às quartas-feiras. A primeira temporada
possui 12 episódios, enquanto a segunda
continua em andamento e conta com três. Assista a entrevista:
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