19 de outubro de 2012

O que acontece quando a euforia acaba?


A revolução na Tunísia, em 2011, derrubou o ditador Zine El-Abidine Ben Ali, abrindo espaço para as primeiras eleições democráticas no país em 23 anos. Após meses de protesto, começou o início da chamada Primavera Árabe – que inspira revoluções no Oriente Médio que até hoje contra governos ditatoriais, como por exemplo na Síria.
            O presidente eleito pelo povo tunisiano foi o ex-exilado de guerra Moncef Marzouki, que é formado em medicina e opositor de longa data do ditador Ben Ali – Marzouki foi preso diversas vezes na década de 1990. O novo presidente fundou o Comitê Nacional em Defesa dos Prisioneiros de Consciência e foi presidente da Comissão Árabe de Direitos Humanos. Em 2002, já durante seu exílio na França, fundou ao lado de outros tunisianos na mesma situação, o partido político Congresso pela República.
            Moncef dizia que o único método para derrubar Ali era a partir de um movimento popular que empregasse os métodos da resistência civil, e não revoltas armadas. Em 2011 ficou-se provado que ele estava certo, e o médico voltou para a Tunísia onde anunciou sua candidatura, e foi eleito presidente interino pela nova Assembleia Constituinte da Tunísia, em outubro de 2011.
            Mas, quando a festa acaba, começa o trabalho. “Marzouki, ativista pelos direitos humanos, deve agora liderar o Estado que o aprisionou. Poderá ele transformar o Estado?” Essa é a pergunta do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, em entrevista com Moncef Marzouki, para o terceiro episódio da série “O mundo amanhã”. “Estou descobrindo que o fato de ser chefe de Estado não significa que você tenha todo o poder”, diz o líder tunisiano.
            A série “O mundo amanhã” é publicada pelo Radar Global e sai sempre às quartas-feiras. A primeira temporada possui 12 episódios, enquanto a segunda continua em andamento e conta com três. Assista a entrevista:



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