15 de outubro de 2012

A China e seus 8 motivos


O Dirigente do Partido Comunista da China se reúne a no dia 08 de novembro de 2012 para decidir líderes do país para os próximos 10 anos. A BBC fez, então, oito razões para que o mundo preste atenção no que acontece nos corredores do Grande Salão do Povo de Pequim.

1) Ficar rico é glorioso

            Faz 35 anos desde que o ex-líder Deng Xiaoping sinalizou a abertura da China ao mundo e marcou o início de uma das maiores histórias de sucesso econômico da história da humanidade.
            Sua economia é a segunda maior do mundo – perdendo apenas para os Estados Unidos, e é o lar de um milhão dos milionários que existem por aí. Até o momento em que a nova geração de líderes assumir o poder, por volta de 2022, a China, ao que tudo indica, já estará brigando com os EUA pela liderança.
            Esta transformação do país mudou a forma com que o mundo faz negócios. O trabalho chinês barato ajudou a diminuir os preços no Ocidente. Em todos os tipos de produto, desde mocassins até celulares. Hoje a China é o maior investidor na África, tirando o foco da Europa e dos EUA pela primeira vez em dois séculos. E a China é agora o maior detentor estrangeiro da dívida dos EUA.

2) Toda festa tem seu fim

            A China tem crescido tão rápido que praticamente não parou para pesar na balança o custo ambiental desse crescimento, e os resultados são preocupantes.    
            A rápida industrialização resultou em um boom de construções na China, chegando a ultrapassar os EUA como maior emissor mundial de gases de efeito estufa em 2007. Sete das cidades mais poluídas do mundo estão na China. Os danos causados não se restringem apenas da China. Os líderes do país, agora, parecem determinados a limpar os excessos, mas a tarefa é difícil.
            Com a economia crescendo tão rápido, e a China contando com carvão para até 70% de suas necessidades de energia, as emissões de gases de efeito estufa ainda vai aumentar de 60% do seu nível atual. Isso tudo significa que a China vai ser fundamental para qualquer futuro acordo sobre mudanças climáticas.

3)Ensinar o mandarim?

            Devido seu surgimento como uma potência econômica, a China tem tido um crescente de interesse em sua cultura e língua. O país, inclusive, possui figuras globais, como a atriz Zhang Ziyi, jogador de basquete Yao Ming e Zhang Xiaogang. Isso, a 30 anos atrás era impossível.
            Enquanto isso, escolas de toda a Europa e a América estão oferecendo aulas de mandarim para crianças e adultos. Durante os Jogos Olímpicos de 2012,  algumas escritas chinesas podiam ser vistas em anúncios em ônibus de Londres.
            O número de falantes de mandarim deverá crescer fortemente, especialmente na Ásia, mas será que é realmente capaz de desafiar Inglês como língua global? Especialistas argumentam que, para breve é algo impossível, mas com certeza dentro de anos o mandarim estará muito bem difundido.

4) Manter a paz

            A China adotou a frase "ascensão pacífica" para tentar garantir aos seus vizinhos que sua mais nova influência econômica não transformaria o país em um “valentão”.
            Porém, o Exército Popular de Libertação da China é o maior do mundo, e seu orçamento oficial está crescendo rapidamente. Acredita-se que o país esta investindo pesadamente em tecnologia, e em segurança cibernética. Estes, segundo a China, são desenvolvimentos naturais para um país de seu tamanho e influência. "Cada país tem que defender a sua segurança e interesses territoriais, mas isso não significa que temos de nos tornar agressivo", disse Wu Jianmin, ex-embaixador em França, para a BBC.

5) Próxima pessoa na Lua será um chinês?

            O programa espacial da China é um sucesso louvado como prova de que o país recuperou a sua posição internacional. A China disse que vai enviar sua primeira sonda para a lua em 2013. O país também possui planos preliminares para colocar pessoas na Lua, embora nenhuma data tenha sido definida.
            Mas o enorme custo é controversa, uma vez que 150 chineses ainda vivem com US $ 1 ou menos por dia.

6) O fim de os elefantes, rinocerontes, raias, porcos ...

            Os novos ricos da China são acusados ​​de alimentar a caça ilegal de espécies ameaçadas para o seu uso como afrodisíacos, ornamentos ou apenas para colocar na sopa. As reformas económicas que tiraram centenas de milhões de pessoas da pobreza também criaram consumidores vorazes.
            Milhares de elefantes africanos são mortos a cada ano pelo seu marfim. O  governo da China tem sido criticado por não fazer um policiamento adequado de seu comércio de marfim.
            O consumo de carne de porco dá uma boa ideia do impacto. A China, hoje, consome cinco vezes mais carne suína do que em 1979, e é agora o lar de metade dos porcos do mundo. Entretanto alimentá-los é impossível, dada a escassez de terras. Assim, os agricultores têm recorrido à importação de até 60% das exportações de soja do mundo, empurrando para cima os preços da soja para o resto do mundo, e suscitando temores reais sobre o impacto ambiental da indústria.
            Alguns especialistas acreditam que todos nós vamos ter que se acostumar com os preços mais altos dos alimentos, porque os agricultores chineses compram mais e mais no exterior.

7) Melhor viajar do que ler 10.000 livros

            Em 1995, para se fazer um passaporte para sair da China, seis meses, e a maioria dos candidatos eram funcionários públicos. Agora, o passaporte pode ser feito em poucos dias, e milhões de chineses estão tirando proveito da nova abertura de seu governo para viajar ao exterior como turistas ou estudantes.
            Hoje, a China possui o terceiro povo mais gastador do mundo – atrás apenas da Alemanha e Eua. Em 2011, 70 milhões de chineses viajaram para o exterior, contra 4,5 milhões em 1995.
            Cada ano, cerca de 300 mil estudantes chineses também estão indo para o exterior, especialmente às universidades dos  EUA e Austrália.

8) Comprando o planeta

            A demanda chinesa causou picos nos preços de commodities, como o cobre. Ela revigorou bens inclusive da indústria do luxo como, Louis Vuitton e Hermes, que são produtos de desejo na China. Inclusive as vendas de vinho aumentaram, a China agora compra mais Bordeaux do que a Alemanha.
            Talvez o impacto mais espetacular seja a arte chinesa. Três dos 10 quadros mais caros vendidos em 2011 foram por artistas chineses, incluindo o mais caro, um trabalho de US $ 57 milhões, por Qi Baishi.

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