11 de outubro de 2012

Liberdade de expressão tem lugar certo?


            As três integrantes do grupo Pussy Riot, Katerina Samutsevich, 30 anos, Maria Alekhina, 24 anos, e Nadejda Tolokonnikova, 22 anos, foram presas em março, e condenadas em agosto, a dois anos e meio de cadeia por vandalismo e incitação ao ódio religioso, após interpretarem uma ‘oração punk’ contra Vladimir Putin em uma catedral de Moscou. Na ‘oração’ elas fizeram referências às intolerâncias das autoridades do país. Por irônia, a KGB (Comitê de Segurança do Estado, antigo serviço secreto do país) é apontada como uma santidade. Elas cantam sobre as manifestações que são reprimidas com prisão e os homossexuais que são enviados à Sibéria. A música repete “Mãe de Deus, virgem, nos livre de Putin! Nos livre de Putin! Nos livre de Putin!”.


Nadezhda Tolokonnikova, Yekaterina Samutsevich e Maria Alyokhina durante o julgamento (Foto: Reuters)

            Ekaterina Samousevich foi a única integrante a ser libertada, nesta quarta-feira (10), e responderá em liberdade, já que não chegou a cantar pois foi impedida. As outras duas integrantes poderiam ter sido condenadas a sete anos de prisão, se não fossem mães. "A maternidade de Nadezhda Tolokonnikova e María Aliojina foi levada em conta como atenuante no julgado de primeira instância, mas, sua reinserção só seria possível em condições de isolamento", disse a juíza do tribunal, Larisa Poliakova, para a Agência EFE.
            O caso teve uma repercussão enorme, e causou manifestações a favor da banda em diversas partes do mundo. A questão foi; elas foram presas por protestar conta Putin, ou por que fizeram isso dentro de uma igreja? O tribunal que condenou a banda jura que o fez sem pressão nenhuma de Putin. Será?

Protestante a favor da banda é preso na Rússia (Foto: Reuters)
Veja a letra da música:

Oração Punk' (Tradução livre)

“Mãe de Deus, nos livre de Putin!
Mãe de Deus, virgem, nos livre de Putin! Nos livre de Putin! Nos livre de Putin!
Veste negra, ombreiras douradas!

As crianças da paróquia rastejam para fazer reverência
O fantasma da liberdade está no céu
Os homossexuais se vão para a Sibéria
O líder da KGB é sua mais alta Santidade
Os manifestantes terminam na prisão
Para não ofender os santos
As mulheres devem parir e amar

Lixo de Deus, lixo, lixo! Lixo de Deus, lixo, lixo!
Mãe de Deus, virgem, torne-se feminista, torne-se feminista, torne-se feminista!

A igreja reverencia líderes podres, procissão de limusines pretas
Na escola, vem um pregador: vá à aula, traga dinheiro!
O patriarca acredita em Putin
Melhor seria acreditar em Deus!
O cinturão da virgem sagrada não impede as manifestações das massas
A virgem Maria está conosco nos protestos!

Mãe de Deus, virgem, nos livre de Putin! Nos livre de Putin! Nos livre de Putin!

Qual a idade certa para começar a beber?


O jornal Corrieri, da Itália, divulgou hoje (11) que foi aprovada a lei italiana que proíbe a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos.  A ementa foi aprovada pela Comissão de Assuntos Sociais da Casa de Saúde do país, e foi escrita pelos relatores Lucio Barani do PDL e Livia Turco do Partido Democrático. As multas previstas vão de 250 a 1.000 euros - em caso de estabelecimento com reincidência, o local perde o direito de atividade por três meses. "Qualquer um que vende bebidas alcoólicas tem a obrigação de exigir do comprador no momento da compra, a apresentação de um documento de identidade, a menos que a idade seja naturalmente manifestada", diz o código. Até então, a venda era liberada para maiores de 16 anos. Para consumo, porém, continua valendo a lei antiga, que diz não ter idade.
            A decisão italiana, não coincide com a legislação europeia sobre o consumo de bebidas com teor alcoólico. Devido a cultura, ao frio, ou qualquer outro fator oculto, a legislação deste continente em relação ao assunto tratado, muito diverge da que estamos acostumados aqui no Brasil – o código brasileiro diz que é proibida a venda e o consumo de bebidas alcoólicas por menores de 18 anos. No Reino Unido, a venda é proibida para maiores de 18 anos, porém o consumo do álcool é permitido a partir de 5 anos, apenas se o liquido for ingerido dentro de casa. Com 16 anos já é permitido beber em público, mas deve ser junto com comida e obrigatoriamente ser acompanhado pelos pais. Na Alemanha e na Suiça, o limite para venda e consumo é 16 anos para cervejas e vinhos, e 18 para bebidas destiladas. Na Áustria, Portugal, Luxemburgo, entre outros, para compra e consumo deve-se ter 16 anos. Albânia, França, Grécia (vendas a partir dos 16 anos), Hungria, Irlanda, Polônia, Romênia, Russia, Suécia e até mesmo Itália, não existe proibição de consumo alcoólico para nenhuma idade.
            Uma pesquisa realizada no Estado de São Paulo pelo Instituto Ibope apontou que 94% dos adultos e 88% dos adolescentes acham fácil, ou muito fácil, menores de 18 anos conseguirem bebidas alcoólicas. E que 39% já compraram bebidas pessoalmente. Além disso, segundo um site mantido pelo governo de São Paulo sobre o consumo de álcool pelos jovens, calcula-se que 7,4% dos problemas de saúde e morte prematura na União Europeia tenham origem no consumo excessivo de álcool. Tendo em vista isso, vem a questão; qual é a idade certa pra começar a beber? E quem deve decidir isso, o governo ou a família?


10 de outubro de 2012

Paris, a cidade da arte de rua


De acordo o editor da Revista de Arte, sediada em Paris, a capital francesa foi uma das percursoras na arte de rua, que começou a partir dos anos 60. As ruas de Paris, nessa época, se viam repletas com cartazes colados, e nos muros surgiam os primeiros artistas, como Jef Aerosol, na década de 1980 - muito mais cedo do que outras cidades ao redor do mundo.
            Muitas vezes visto como um “pichação”, ou “coisa de vagabundo”, hoje a arte de rua é amplamente conhecida. Artistas como Keith Haring, Jean-Michel Basquiat, que tem sua obra exposta no Louvre, ou até os brasileiros apelidados de Gêmeos, conseguiram um reconhecimento de sua arte. Hoje, conseguimos olhar para um muro desenhado e reconhecer a arte de rua – favor não confundir com a pichação.
            Pensando nisso, a BBC adentrou as ruas de Paris – uma das cidades pioneiras nessa arte – e fez um ensaio fotográfico do resultado:



O artista pintou em 350m²a sua obra intitulada Chuuutt! (Shh!), localizada ao lado do Centro Pompidou, foi criado em 2011. 



O parisiense Jérôme Mesnager, artista que fazia parte da cena emergente de Paris na arte de rua. Sua obra - um símbolo de força, luz e paz - aparece em todo o mundo, incluindo sobre a Grande Muralha da China. Este mural foi criado em 1995, no bairro Ménilmontant de Paris e foi inspirado pela famosa pintura de Matisse, La Danse.

                             

O artista francês Nemo, começou a pintar a sombra de um homem vestindo um casaco e um chapéu na década de 1990.  Neste mural Ménilmontant, ele está em uma bicicleta cercado pelos itens que acompanham o homem sempre em cada obra: um gato preto, um papagaio, um guarda-chuva e uma mala com o nome Nemo, o que significa "ninguém" em latim.  


Thoma Vuille, artista suíço também conhecido como M. Chat (pronunciado Monsieur Chat, o significado é Mr Cat, ou Sr. Gato), pintou a primeira obra - inicio do que se tornaria sua assinatura artisca, gatos em amarelo -  em 1993. O gato sorrindo dos desenhos animados é geralmente visto no ponto mais alto e menos acessível, embora essa peça seja retratada no chão, pintada em julho de 2012, às margens do Canal St Martin no distrito 19 de Paris. 


Paris é um destino para alguns dos nomes maiores do mundo da arte de rua. A americana Shepard Fairey, famosa por sua figura Obey, bem como o icônico cartaz da campanha que ele criou para presidente dos EUA, Barack Obama, em 2008, pintou esta enorme mural no 13 º arrondissement, em junho de 2012. Ele tinha o apoio total do conselho local e pintou na frente de uma multidão de espectadores entusiasmados. 

                               
 O artista Português Alexandre Farto, conhecido como Vhils, é outro artista internacionalmente conhecido. O português, que já colaborou com Banksy em Londres, decorado a capital com vários murais neste verão - para coincidir com a sua exposição na cidade de Magda Danysz. Ao invés de pintar ou colar suas obras em paredes, Vhils esculpe o muro, tirando as camadas de tinta da superfície da parede para esculpir rostos.