
Cansado da apatia e da falta de representatividade que
dominavam o cenário político, decidi me filiar ao Novo. Pela primeira vez na
vida, me senti conectado a um projeto que defendia valores como liberdade,
responsabilidade individual e mercado livre. Acreditava que o partido
representava uma ruptura com o passado e a oportunidade de construir um Brasil
mais justo e próspero.
Apesar de ter pouco tempo livre devido à minha rotina,
contribuía com o que podia para o desenvolvimento do partido. Fazia doações,
participava de debates online e tentava disseminar as ideias do Novo entre
amigos e familiares. Acreditava que cada um poderia fazer a diferença na
construção de um futuro melhor.
Dois anos se passaram e finalmente pude me dedicar de corpo
e alma à vida partidária. No entanto, o que encontrei foi algo bem diferente do
que havia imaginado. O Novo que eu conhecia, idealista e inovador, havia se
transformado em um partido imaturo e arrogante.
As decisões eram tomadas por um pequeno grupo de
"notáveis", sem espaço para divergências ou debate interno. Minha voz
e minhas ideias não importavam. Se discordava da linha oficial, era rotulado
como infiltrado ou antipartidário. A intolerância era a regra, e o diálogo,
mera ilusão.
Além da falta de democracia interna, me deparei com um ar de
superioridade entre os líderes. Acreditavam-se donos da verdade e desprezavam
qualquer tipo de ajuda. Para eles, o dinheiro era a chave para o sucesso, e o
trabalho duro, mera formalidade. Em uma reunião, um dos líderes declarou sem
rodeios: "Eleição se ganha com dinheiro." Essa frase sintetizava a
visão pragmática e oportunista que havia tomado conta do partido.
Fiquei chocado com a falta de compromisso com os princípios
que me motivaram a me filiar. A busca por poder e a sede por dinheiro haviam
corrompido o idealismo inicial. O compadrio e as lideranças marcadas por uma
casta financeira dominante dominavam a cena. O Novo, em sua essência, se tornou
o "Velho": mais do mesmo, igual aos partidos tradicionais que tanto
criticava. A única diferença era a máscara de modernidade e mudança que
insistia em usar.
Minha jornada no Partido Novo foi marcada por esperança,
ilusão e, finalmente, decepção. Mas também me ensinou valiosas lições sobre a
importância do discernimento, da crítica e da luta por um futuro melhor. A
chama da mudança ainda arde em meu coração. E, mesmo sem a bandeira de um
partido, continuarei lutando por uma sociedade mais justa, livre e próspera
para todos.
A história do autor no Partido Novo serve como um lembrete
de que nem tudo que reluz é ouro. É fundamental ter um olhar crítico e
discernimento ao se envolver com qualquer projeto político. A mudança social
exige mais do que a filiação a um partido; requer o engajamento individual e a
luta constante por uma sociedade mais justa e igualitária.
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