Quando se fala nesse assunto sempre se cria uma sensação de incerteza, pois falar em ética é falar de si próprio.
Poucas pessoas no mundo são capazes de dizer: eu não tenho ética. Essas palavras inserem em seu centro uma perspectiva de não tê-la é como não ser humano.
Ao que parece, não existe mesmo ser humano sem ética. É que ela tem forma e tamanho diferentes. Ou não tem. É amorfa.
Normalmente esse assunto está muito relacionado a dinheiro, ou a forma de como cada um se relaciona com ele. Na verdade ética está mesmo é relacionada a vida e a morte. Mas enfim, vamos pela estrada do coloquial.
Buscar o dinheiro é uma necessidade humana para sobreviver, viver e aparecer na sociedade.
É difícil imaginar que ética seja algo que se possa passar de pai para filho. Creio que não esta no DNA das pessoas. Está no contexto do mundo em que ela vive.
Há pessoas, com educação severa, e muito disciplinadas, que são capazes de ter atitudes que confrontam o nosso conceito de ética.
Assim, tenta-se parametrizar esse conceito de acordo com os nossos.
Um amigo me falava orgulhoso de que o filho havia passado no vestibular de engenharia. Na prova de inglês, sentou ao lado de um conhecido que havia morado nos Estados Unidos e que havia colado e gabaritado a prova. “Que cara de sorte!”.
Para esse amigo, de conduta corretíssima na sociedade, o filho não havia cometido nada de errado. Esse fato não é componente da ética. É estar atento às oportunidades de seu entorno.
Tenho certeza de que se o filho tivesse comprado o gabarito da prova, ele teria outra reação.
Comprar a prova é uma coisa, colar é outra.
Para um advogado defender um assassino confesso, não é falta de ética, é compromisso da profissão.
Já escutei alguém dizer que jamais defenderia um assassino, pois no seu modelo de ética esse trabalho o afronta.
Ganhar dinheiro e ter lucro é ético?
Sempre que alguém efetua esse ato estará tirando algum tipo de vantagem de outro. De alguma forma.
- Estou vendendo um bom produto ou um bom serviço. Isso é ético!
O valor é justo ou é ético?
Qual seria o valor ético ou qual a diferença entre o justo e o ético?
Portanto a pergunta: onde encontramos a régua da ética?
É muito difícil criticar alguém por falta de ética, pois sempre estaremos medindo pela nossa régua.
Talvez se possa dizer que ética seja os nossos limites próprios, impostos por nós mesmos às nossas atitudes do nosso cotidiano.
12 de agosto de 2011
3 de agosto de 2011
A desindustrialização do Brasil
Há fortes indícios de que o Brasil esteja passando por um processo de desindustrialização. A maior preocupação dos empresários é que está havendo uma intensa substituição da produção local pelos importados.
Muitos setores estão aumentando suas importações e em muitas indústrias já estão promovendo uma forte substituição do investimento no aumento da produção - através da compra de tecnologia - pelo produto já manufaturado vindo da Ásia. È mais rentável.
A participação de produtos elaborados, nas exportações do país, era de mais de 70% há dez anos. Em 25 anos, esse percentual caiu quase a metade.
Falta ao Brasil uma política industrial clara, como a que impulsionou a indústria coreana na década de 80, por exemplo.
Naquela época, Brasil e Coréia disputavam quem tinha a maior dívida externa. O governo coreano implantou uma política industrial consistente de longo prazo e o país se transformou num dos maiores exportadores de manufaturados do mundo. Nestes últimos anos a dívida externa dos dois países reduziu drasticamente e o Brasil se transformou num forte exportador de commodities.
Temos que ter consciência de que, por muitos bons anos, não há nenhuma perspectiva de mudança significativa no valor da taxa de câmbio. Se ficarmos esperando um retorno do dólar a valores próximo de R$ 2,00, a exportação de manufaturados no Brasil chega próximo do mínimo admissível. Enquanto a China estiver crescendo, a ordem econômica mundial é essa, e isso pode durar mais uns 20 anos.
No Brasil temos empresas transformadoras com capacidade para competir no mercado internacional, com sobras. O que está faltando para isso é infraestrutura, custo de capital adequado, desburocratização dos processos, política tributária sintonizada com seu tempo e por fim, mentalidade de todo o conjunto da sociedade para competir no século XXI.
Muitos setores estão aumentando suas importações e em muitas indústrias já estão promovendo uma forte substituição do investimento no aumento da produção - através da compra de tecnologia - pelo produto já manufaturado vindo da Ásia. È mais rentável.
A participação de produtos elaborados, nas exportações do país, era de mais de 70% há dez anos. Em 25 anos, esse percentual caiu quase a metade.
Falta ao Brasil uma política industrial clara, como a que impulsionou a indústria coreana na década de 80, por exemplo.
Naquela época, Brasil e Coréia disputavam quem tinha a maior dívida externa. O governo coreano implantou uma política industrial consistente de longo prazo e o país se transformou num dos maiores exportadores de manufaturados do mundo. Nestes últimos anos a dívida externa dos dois países reduziu drasticamente e o Brasil se transformou num forte exportador de commodities.
Temos que ter consciência de que, por muitos bons anos, não há nenhuma perspectiva de mudança significativa no valor da taxa de câmbio. Se ficarmos esperando um retorno do dólar a valores próximo de R$ 2,00, a exportação de manufaturados no Brasil chega próximo do mínimo admissível. Enquanto a China estiver crescendo, a ordem econômica mundial é essa, e isso pode durar mais uns 20 anos.
No Brasil temos empresas transformadoras com capacidade para competir no mercado internacional, com sobras. O que está faltando para isso é infraestrutura, custo de capital adequado, desburocratização dos processos, política tributária sintonizada com seu tempo e por fim, mentalidade de todo o conjunto da sociedade para competir no século XXI.
2 de agosto de 2011
Brasil, um país sectário
O Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a população negra superou a branca. Foram contabilizadas 97 milhões de pessoas que se declararam negras, ou seja, pretas ou pardas (na nomenclatura do IBGE), e 91 milhões de pessoas brancas.
Assim o Brasil passou a ser um país de minoria branca. O discurso de defesa de minorias, através do uso do recurso de cotas para negros ou pardos, cai por terra.
O fato de ser negro não significa ser mais ou menos competente do que branco, amarelo, ou vermelho. Porém, quando se dá cotas em universidades, por exemplo, para um determinado grupo social, automaticamente está se reconhecendo, em linhas gerais, falta de capacidade de competição deste grupo. Essa é a regra comum e conhecida.
Em uma conversa de fim de semana com amigos entrou em discussão o país sectário que o Brasil esta se transformando. Alguém na mesa comentou que jamais iria procurar um médico negro (por exemplo) já que esse profissional entrou na faculdade de medicina por cota e não por mérito. Não seria um profissional confiável.
Acaba-se nivelando por baixo e penalizando cruelmente aqueles negros ou mestiços com competência e méritos próprios em função de outro grupo - que todos sabemos que existe entre os brancos também - os que não são adeptos ao esforço para ganhar a sua vida econômica e profissional.
Essa discriminação veio de uma cópia torpe do modelo americano de cotas. Aqueles que importaram o modelo desconhecem o detalhe fundamental. A História dos dois países. Cópias puras de modelos de culturas pouco parecidas acabam transformando um país que não era racista num país brutalmente racista e ainda mais injusto.
Assim o Brasil passou a ser um país de minoria branca. O discurso de defesa de minorias, através do uso do recurso de cotas para negros ou pardos, cai por terra.
O fato de ser negro não significa ser mais ou menos competente do que branco, amarelo, ou vermelho. Porém, quando se dá cotas em universidades, por exemplo, para um determinado grupo social, automaticamente está se reconhecendo, em linhas gerais, falta de capacidade de competição deste grupo. Essa é a regra comum e conhecida.
Em uma conversa de fim de semana com amigos entrou em discussão o país sectário que o Brasil esta se transformando. Alguém na mesa comentou que jamais iria procurar um médico negro (por exemplo) já que esse profissional entrou na faculdade de medicina por cota e não por mérito. Não seria um profissional confiável.
Acaba-se nivelando por baixo e penalizando cruelmente aqueles negros ou mestiços com competência e méritos próprios em função de outro grupo - que todos sabemos que existe entre os brancos também - os que não são adeptos ao esforço para ganhar a sua vida econômica e profissional.
Essa discriminação veio de uma cópia torpe do modelo americano de cotas. Aqueles que importaram o modelo desconhecem o detalhe fundamental. A História dos dois países. Cópias puras de modelos de culturas pouco parecidas acabam transformando um país que não era racista num país brutalmente racista e ainda mais injusto.
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