29 de novembro de 2012

Fotos da últimas 24 horas


Tropas de Uganda servindo com a Missão da União Africana na Somália (AMISOM), no meio da noite, à frente de um avanço de terra em uma área a sudoeste da capital da Somália Mogadíscio.
REUTERS / Stuart Price / UA-ONU FOTO IST / Handout



Ondas caem sobre a lava que flui para o oceano perto do Parque Nacional dos Vulcões em Kalapana, Havaí em 27 de novembro de 2012. Um vulcão na maior ilha do Havaí está derramando lava para o oceano, criando uma fusão rara e espetacular de vapor e ondas.
REUTERS / Hugh Gentry



Jornalistas entrevistam um combatente rebelde ferido da FDLR em uma base militar em uma aldeia, a 150 km a oeste da capital de Kigali, 28 de novembro de 2012, em Ruanda.
REUTERS / James Akena


Meninas palestinas jogam bola no composto conhecido pelos muçulmanos como Santuário Nobre e pelos judeus como Monte do Templo na Cidade Velha de Jerusalém, em 28 de novembro de 2012. A Cidade Velha de Jerusalém é sagrada para as três grandes religiões monoteístas do mundo, o judaísmo, o cristianismo eo islamismo. 
REUTERS / Marko Djurica



Uma criança judia joga no  Centro Educacional Bet Menachem Lubavich no centro de Budapeste, Hungria, em 28 de novembro de 2012. Judeus da Hungria foram objeto de preconceitos anti-semitas esporádico e um partido de extrema-direita no Parlamento tem sido criticado amplamente por incitar o ódio contra os judeus. 
REUTERS / Bernadett Szabo


 Uma tripulação de três homens está programando para voar para a Estação Espacial Internacional em dezembro.
REUTERS / Sergei Remezov




Um protestante faz gestos durante confrontos com a polícia de choque ao longo de uma estrada que leva à embaixada dos EUA, perto de Praça Tahrir, no Cairo, 28 de novembro de 2012. Centenas de manifestantes estavam em Tahrir, Cairo, pelo sexto dia consecutivo nesta quarta-feira para exigir que o presidente Mohamed Mursi rescinda um decreto que lhe dá poderes ditatoriais. Dois dos tribunais superiores do Egito pararam de trabalhar em protesto.
REUTERS / Amr Abdallah Dalsh




Adoradores são vistos através de um buraco durante uma visita à Igreja de Santo Sepulcro na Cidade Velha de Jerusalém 28 de novembro de 2012. 
REUTERS / Marko Djurica


Samba


            A palavra samba, tem como provável origem o nome angolano semba, um ritmo religioso, cujo nome significa umbigada, devido à forma como era dançado. O samba é um gênero musical, do qual deriva um tipo de dança, de raízes africanas. Chegou em terras tupiniquins através dos escravos, e é considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras. Em relação ao samba moderno, muitos pesquisadores apontam para os ritmos do maxixe, do lundu e da modinha como fontes que deram origem a ao samba moderno.
            O primeiro samba a ser gravado no Brasil foi um disco de “Pelo Telefone”, em 1917, no Rio de Janeiro. Era uma criação coletiva, de músicos que participavam de festas na casa de Tia Ciata - Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata foi uma cozinheira e mãe de santo brasileira, considerada por muitos como uma das figuras influentes para o surgimento do samba carioca, já que era dona de uma casa onde os primeiros sambistas se reuniam.
            Na década de 20, o samba consolidou-se com um formato mais definido, nos morros e subúrbios cariocas, afastando-se de gêneros como a marcha e o maxixe. Blocos carnavalescos ganhavam nome e importância nos bairros, prenunciando as escolas de samba que conhecemos hoje. Ernesto Nazareth, Catulo da Paixão Cearense, Sinhô, Pixinguinha, Ismael Silva, Lamartine Babo, Ary Barroso e Noel Rosa começam a aparecer. O samba começou então a ter som de instrumentos como trombones e trompetes, e, por influência do choro, flauta e clarineta – por influência das orquestras norte-americanas em voga a partir da Segunda Guerra Mundial, e pelo impacto cultural da música dos EUA no pós-guerra – misturados ao som de palmas e ritmo batucado.
            Nos anos seguintes o samba se desenvolveu em várias direções, do samba canção às baterias de escolas de samba. Um dos novos estilos foi a bossa nova, criado por membros da classe média, dentre eles João Gilberto e Antonio Carlos Jobim. Nos anos sessenta os músicos da bossa nova iniciaram um movimento de resgate dos grandes mestres do samba. Muitos artistas foram descobertos pelo grande público neste momento. Nomes como Cartola, Nelson Cavaquinho, Zé Keti e Clementina de Jesus gravaram os seus primeiros discos. Nos anos setenta o samba era muito tocado nas rádios. Compositores e cantores como Martinho da Vila, Bezerra da Silva, Clara Nunes e Beth Carvalho dominavam as paradas de sucesso.
            Atualmente o samba é um dos gêneros musicais mais populares no Brasil e sem dúvida é o ritmo que melhor representa a imagem do Brasil e do carioca. Ironicamente, o mundo conheceu esse pedaço da cultura brasileira pela portuguesa (com ar de carioca) Carmen Miranda.

Educação como forma de transformação social


No Brasil, segundo dados do censo nacional divulgados pelo governo federal em 2011, existem 23.973 crianças e adolescentes morando nas ruas de 75 cidades. É muito discutida a qualidade de ensino das escolas publicas, mas essas milhares de crianças sem lar ficam esquecidas. Se a educação é o único caminho para o desenvolvimento, a população deve voltar seu olhar para esses jovens, urgente.
Aprovado no Brasil em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no Art. 4º garante, entre outras coisas, o direito à educação. Somente por esse caminho é que a perspectiva de vida muda. Isso é o que afirma Fernando Gois, 54 anos, e fundador da Chácara Meninos de 4 Pinheiros, localizada em Mandirituba – região metropolitana de Curitiba. A iniciativa que abriga meninos de rua, ou retirados da família pelo conselho tutelar, fundada em outubro de 1993, é reconhecida pela Unesco - pelo Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel - e é uma das mais importantes da América Latina.
Segundo Gois, ex-morador de rua, os meninos que ali vivem – eles têm entre 5 e 18 anos, somando 80 jovens – sonham em crescer na vida através dos estudos. Eles sabem que esse é o caminho. Contudo, as escolas não estão preparadas para essa realidade tão diferente. Fernando, que trabalha a 30 anos na área, afirma que o que falta é preparo dos professores. “Os meninos têm um potencial enorme e querem aprender”, diz.
Rodolfo Monteiro de Sousa, 21 anos, é a prova de que a educação é o caminho para mudar de vida. Com 4 anos de idade, Souza perdeu o pai. Sua mãe, então, começou a beber e negligenciou seus 3 filhos, que passavam fome e encontraram acolhimento nas ruas. Quando tinha 7 anos, uma vizinha denunciou a mãe de Rodolfo para o conselho tutelar. Ele e seus três irmãos foram para um abrigo em Curitiba. O menino passou por 3 instituições quando conseguiu fugir e acabou nas ruas. Foi resgatado, aos 12 anos, e teve que fazer uma escolha. Poderia ir para um regime fechado, ou para a instituição de Fernando, a Chácara Meninos 4 Pinheiros. Escolheu a segunda opção, e chegou no dia 30 de abril de 2003.
Rodolfo conta que dentro da instituição voltou seu olhar para os estudos. Começou aulas de inglês, incentivado por Gois. “Fernando sempre estimulou os meninos a estudarem. Minhas aulas de inglês, só fiz pelo constante estímulo dele”, complementa. Atrasado no colégio, devido ao tempo que passou na rua, Sousa começou a correr atrás do prejuízo. Segundo ele, dentro da escola descobriu seu sonho – queria ser advogado. Hoje, cursa o quarto ano de Direito na universidade Santa Cruz, em Curitiba. Faz estágio na área e mora com seu padrinho, que conheceu na sua “época de rua”, como afirmou o rapaz.
“Falar de educação nunca é demais. As crianças que vivem a realidade das ruas não acreditam em mudanças, não possuem sonhos.
Eu já fui assim. A educação e seu poder de mobilidade social é que permite à essas crianças sonharem. É a chave para uma mudança efetiva de vida. Foi para mim, e é para tantos outros”.