29 de agosto de 2011

Shopping Centers

O conceito moderno de Shopping Center deve ser o de uma espécie de minicentro de uma cidade, ou uma “micropolis”, que por ser artificial, está imune aos elementos lesivos de um centro convencional e que é capaz de confortar angústias e de completar o vazio na vida social de muitas pessoas.
A localização desses minicentros deve levar em conta a mobilidade urbana, ou seja, que o local escolhido seja passagem para qualquer pessoa que se desloque dentro de sua região de trabalho, lazer ou estudo.
O primeiro objetivo seria então, interceptar esse público consumidor para que entre no Shopping para fazer suas compras - por necessidade ou por impulso - no meio de seu deslocamento.
O outro objetivo seria atrair o púbico consumidor desde sua residência, trabalho ou escola, até o Shopping, também com o objetivo de buscar mercadorias, alimentação, lazer ou cultura.
Seguinte fator importante a ser analisado é a densidade demográfica da área de influência do empreendimento, da renda da população objetivo e dos seus hábitos de consumo.
O potencial de compra desta área mais próxima é muito importante na avaliação, pois especialistas estimam que entre 70% e 80% da demanda vem dos consumidores deste espaço.
Portanto, as dimensões e o conceito do Shopping devem estar associados ao tipo de público, seu tamanho, classe econômica e o potencial do crescimento urbano da região.

12 de agosto de 2011

A régua da ética

Quando se fala nesse assunto sempre se cria uma sensação de incerteza, pois falar em ética é falar de si próprio.
Poucas pessoas no mundo são capazes de dizer: eu não tenho ética. Essas palavras inserem em seu centro uma perspectiva de não tê-la é como não ser humano.
Ao que parece, não existe mesmo ser humano sem ética. É que ela tem forma e tamanho diferentes. Ou não tem. É amorfa.
Normalmente esse assunto está muito relacionado a dinheiro, ou a forma de como cada um se relaciona com ele. Na verdade ética está mesmo é relacionada a vida e a morte. Mas enfim, vamos pela estrada do coloquial.
Buscar o dinheiro é uma necessidade humana para sobreviver, viver e aparecer na sociedade.
É difícil imaginar que ética seja algo que se possa passar de pai para filho. Creio que não esta no DNA das pessoas. Está no contexto do mundo em que ela vive.
Há pessoas, com educação severa, e muito disciplinadas, que são capazes de ter atitudes que confrontam o nosso conceito de ética.
Assim, tenta-se parametrizar esse conceito de acordo com os nossos.
Um amigo me falava orgulhoso de que o filho havia passado no vestibular de engenharia. Na prova de inglês, sentou ao lado de um conhecido que havia morado nos Estados Unidos e que havia colado e gabaritado a prova. “Que cara de sorte!”.
Para esse amigo, de conduta corretíssima na sociedade, o filho não havia cometido nada de errado. Esse fato não é componente da ética. É estar atento às oportunidades de seu entorno.
Tenho certeza de que se o filho tivesse comprado o gabarito da prova, ele teria outra reação.
Comprar a prova é uma coisa, colar é outra.
Para um advogado defender um assassino confesso, não é falta de ética, é compromisso da profissão.
Já escutei alguém dizer que jamais defenderia um assassino, pois no seu modelo de ética esse trabalho o afronta.
Ganhar dinheiro e ter lucro é ético?
Sempre que alguém efetua esse ato estará tirando algum tipo de vantagem de outro. De alguma forma.
- Estou vendendo um bom produto ou um bom serviço. Isso é ético!
O valor é justo ou é ético?
Qual seria o valor ético ou qual a diferença entre o justo e o ético?
Portanto a pergunta: onde encontramos a régua da ética?
É muito difícil criticar alguém por falta de ética, pois sempre estaremos medindo pela nossa régua.
Talvez se possa dizer que ética seja os nossos limites próprios, impostos por nós mesmos às nossas atitudes do nosso cotidiano.

3 de agosto de 2011

A desindustrialização do Brasil

Há fortes indícios de que o Brasil esteja passando por um processo de desindustrialização. A maior preocupação dos empresários é que está havendo uma intensa substituição da produção local pelos importados.
Muitos setores estão aumentando suas importações e em muitas indústrias já estão promovendo uma forte substituição do investimento no aumento da produção - através da compra de tecnologia - pelo produto já manufaturado vindo da Ásia. È mais rentável.
A participação de produtos elaborados, nas exportações do país, era de mais de 70% há dez anos. Em 25 anos, esse percentual caiu quase a metade.
Falta ao Brasil uma política industrial clara, como a que impulsionou a indústria coreana na década de 80, por exemplo.
Naquela época, Brasil e Coréia disputavam quem tinha a maior dívida externa. O governo coreano implantou uma política industrial consistente de longo prazo e o país se transformou num dos maiores exportadores de manufaturados do mundo. Nestes últimos anos a dívida externa dos dois países reduziu drasticamente e o Brasil se transformou num forte exportador de commodities.
Temos que ter consciência de que, por muitos bons anos, não há nenhuma perspectiva de mudança significativa no valor da taxa de câmbio. Se ficarmos esperando um retorno do dólar a valores próximo de R$ 2,00, a exportação de manufaturados no Brasil chega próximo do mínimo admissível. Enquanto a China estiver crescendo, a ordem econômica mundial é essa, e isso pode durar mais uns 20 anos.
No Brasil temos empresas transformadoras com capacidade para competir no mercado internacional, com sobras. O que está faltando para isso é infraestrutura, custo de capital adequado, desburocratização dos processos, política tributária sintonizada com seu tempo e por fim, mentalidade de todo o conjunto da sociedade para competir no século XXI.