Os três Poderes vigentes
no Brasil, aprendemos desde pequenos – Executivo, Legislativo e Judiciário.
Mas, no decorrer dos anos, tornou-se comum a denominação informal de um quarto
poder. O poder da mídia. Crescemos ouvindo que os jornais (ou as mídias no
geral) constroem e destroem histórias, influenciam em julgamento de criminosos,
fazem com que denuncias popular sejam ouvidas. Mas, chegamos a uma época em que
a informação está a apenas um clique
de distancia. Não temos mais alguém selecionando as informações que chegam para
nós diariamente. É a era do digital, da comunicação rápida, veloz, das redes
sociais, onde uma pessoa pode causar uma comoção muito grande.
O chamado “quarto poder” sai das
mãos da mídia, dos grandes jornais e passa para as mãos do povo. Um exemplo
disso foi o que aconteceu essa semana, quando ativistas de uma ONG
anti-corrupção levaram ao senado uma petição com mais de 1,6 milhão de
assinaturas para o impeachment do presidente do senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL). A ONG também interroga o Supremo Tribunal Federal sobre o regimento
interno da Casa, onde o voto para eleger o presidente do senado, é secreto, o
que segundo os ativistas, sobrepõe o texto da Constituição.
O objetivo do abaixo-assinado era
reunir 1,4 milhão de assinaturas, o equivalente a 1% do eleitorado brasileiro,
e com o abaixo assinado online, foram colhidas mais do que 1,6 milhão. A
petição ficou disponível no site da ONG Avaaz, que também organizou um protesto
contra o novo código florestal.
Contudo, com faixas de protestos, e
caixas de papelão representando as assinaturas para o impeachment, os ativistas
foram proibidos de entrar no senado.
Para Antônio Carlos Costa, em
entrevista à Folha, o fundador da ONG Rio de Paz, ONG que iniciou o projeto, "Se
esse grito não ecoar, que tipo de manifestação o Congresso quer que ocorra?
Isso sinaliza o novo momento que vivemos em nossa democracia”. Segundo a
Secretaria da Mesa Diretora do Senado, o processo de saída do presidente deve
começar com uma denúncia no Conselho de Ética da Casa, e não como um projeto de
lei. Na internet, a Avaaz se auto denomina " uma comunidade de mobilização
online que leva a voz da sociedade civil para a política global".