11 de dezembro de 2012

National Geographic Society abre suas portas


            A National Geographic Society abriu seus cofres e ofereceu centenas de fotografias históricas e contemporâneas, além de obras de arte em um leilão na quinta-feira, lucrando quase US $ 3,8 milhões.
            O leilão começou pela pintura de Newell Convers Wyeth, de dois piratas, chamada "The Duel on the Beach", que arrecadou 1.082.500 dólares, incluindo a comissão. Quase um terço do valor total ganho pelo museu, que foi exatamente de $ 3.776.588.
            Os registros foram definidos para vários artistas e fotógrafos, incluindo Steve McCurry, cuja a famosa fotografia "Menina afegã" subiu três vezes a estimativa de venda, ganhando um total de 178.900 dólares. O leilão contou com a participação de pessoas do mundo inteiro. Entusiastas da arte, e da própria revista National Geographic, segundo Katherine Brambilla, vice-presidente associado de coleções particulares e icônicas (para a Reuters). "Isso reforça o poder visual e a conexão emocional que a marca National Geographic tem com pessoas de todo o mundo", acrescentou a vice-presidente sênior da National Geographic Society, Maura Mulvihill.
            Mais de 200 fotografias que datam dos anos 1800 até o presente, além de pinturas de artistas como André e Newell Convers Wyeth e obras de arte das áreas de culturais mais diferentes, assim como geografia, arqueologia e fauna do mundo inteiro. O leilão ocorreu na véspera do 125 º aniversário da fundação da sociedade, e bateu todas as expectativas.
            Outros destaques foram "O índio norte-americano," um recorde de 40 volumes da cultura indígena tradicional americana por Edward S. Curtis, com texto e fotografias, que foi vendido por 902.500 dólares. A pintura "O Mar-Aranha", de Newell Wyeth, feita em 1914 arrecadou $ 146.500, enquanto a pintura de Tom Lovell "Surrender em Appomattox" ganhou um lance de 80.500 dólares, cerca de quatro vezes a estimativa pré-venda. A obra de Herbert Ponting, feita há mais de 100 anos,  com impressão em prata gelatinosa, "Iceberg, a Antártida" foi vendido por US37.500, mais do que cinco vezes sua estimativa. Outro preço alto foi a obra do século 19 de John K. Hillers, "Fotografias de Pesquisa Geológica dos EUA e Geográfico (Hayden Survey)", vendido a 266.500 dólares. Apesar de alto o valor, essa obra ficou aquém da expectativa.
            A National Geographic Society, com sede em Washington, DC, é uma das maiores organizações científicas e educacionais do mundo, sem fins lucrativos. O lucro da venda será usado para preservar os arquivos da sociedade e promover as carreiras de artistas aspirantes e fotógrafos.

Os novos perseguidos - ateus


            Já sofreram perseguições religiosas católicos, judeus e mulçumanos. Sempre que uma nova crença aparece, vem a perseguição. O medo do novo, de mudanças, ou até mesmo, por que não, de ser passado para trás, como algo velho que não serve mais. Seguindo a tendência de milhões de anos, quem sofre perseguições e discriminações hoje são os ateus e outros céticos religiosos. A descrença religiosa tem ganho força e adeptos ao redor do mundo. Mas, além de perseguição e discriminação em muitas partes do planeta, em pelo menos sete países têm pena de morte para esses descrentes, se forem descobertos.
            O estudo da União Internacional Humanista e Ética (IHEU), mostrou que "os infiéis" em países islâmicos enfrentam o mais grave tratamento nas mãos do Estado e de adeptos da religião oficial – o islamismo. Mas ele também aponta para políticas em alguns países europeus e os Estados Unidos, que favorecem o religioso e suas organizações e tratam os ateus e humanistas como segundo plano, como se fossem pessoas menos merecedoras.
            Segundo o relatório A Liberdade de Pensamento 2012,  "há leis que negam o direito dos ateus de existirem, restringem sua liberdade de crença e de expressão, revogam seu direito de cidadania, coíbem até o seu direito de se casar (...) Outras leis obstruem o acesso à educação pública, os proíbe de exercício de cargo público, os impedem de trabalhar para o Estado, criminalizam a sua crítica da religião, e os executam por deixar de lado religião de seus pais”. O relatório foi recebido por Heiner Bielefeldt, relator especial das Nações Unidas sobre a liberdade de religião ou crença, que disse em uma breve introdução que havia pouca consciência de que os ateus também estavam cobertos por acordos globais de direitos humanos.
            O IHEU - que liga mais de 120 humanista, ateus e organizações seculares em mais de 40 países - disse que estava emitindo o relatório para marcar o Dia da ONU de Direitos Humanos na segunda-feira. De acordo com seu levantamento de cerca de 60 países, os sete onde a expressão de pontos de vista ateistas ou deserção da religião oficial pode trazer a pena de morte são; Afeganistão, Irã, Maldivas, Mauritânia, Paquistão, Arábia Saudita e Sudão. Em uma série de outros países - como Bangladesh, Egito, Indonésia, Kuwait e Jordânia – expressar pontos de vistas ateus ou humanistas é totalmente proibido, considerado blasfêmia. Em muitos destes países, e outros como a Malásia, os cidadãos têm de se registar como seguidores de um pequeno número oficialmente religiões reconhecidas - que normalmente incluem o cristianismo, judaísmo, Islã, etc.
            Ateus e humanistas são, assim, obrigados a mentir para obter seus documentos oficiais, sem os quais é impossível ir para a universidade, receber tratamento médico ou viajar para o exterior. Na Europa,  África subsaariana e na América Latina, as igrejas e cristãos possuem benefícios especiais, estando inclusive presente na educação de diversas escolas públicas. Na Grécia e na Rússia, a Igreja Ortodoxa é ferozmente protegido da crítica e é dado um lugar de destaque em ocasiões de Estado, enquanto na Grã-Bretanha bispos da Igreja da Inglaterra têm assentos na câmara alta do Parlamento.
            Embora a liberdade de religião e de expressão seja protegida nos Estados Unidos, segundo o relatório, um clima social e político prevalece "em que ateus e não-religiosos se sentem como os americanos menores, ou não-americanos". Inclusive a frase mais proferida pelos estado unidenses, por políticos, celebridades e cidadãos comuns é “God bless America” – Deus abençoe a América. Em pelo menos sete estados dos EUA, os ateus estão proibidos de terem cargos públicos e um estado, Arkansas, tem uma lei que proíbe um ateu de depor como testemunha em um julgamento, segundo o relatório.

10 de dezembro de 2012

Seria a política hereditária?


Há muitos fatores que moldam e influenciam nossos pontos de vista políticos, a nossa educação, carreira, talvez nossos amigos e parceiros. Mas há alguns anos tem crescido o numero de evidências que sugerem que pode haver um fator mais fundamental por trás de nossas escolhas: opiniões políticas podem ser influenciados por nossos genes.
            A ideia de que pontos de vista políticos têm um componente genético é hoje amplamente aceito - ou pelo menos aceito suficientemente para se tornar um campo de estudo com seu próprio nome: genopolitics. Isto começou com um estudo fundamental, que mostrou que gêmeos idênticos compartilham mais opiniões políticas iguais do que gêmeos fraternos. Esse estudo sugeriu que a opinião política não é influenciada apenas pelo convívio. mas através dos genes dos pais (que gêmeos idênticos têm mais em comum do que gêmeos fraternos).
            A maior descoberta deste campo é que a visão política que as pessoas possuem, indo de liberal a conservador é hereditária. A descoberta é surpreendentemente forte, o que nos permite usar a informação genética para prever variações na opinião política, e seria mais confiável do que prever a predisposição para o alcoolismo, por exemplo.
            Mas, quando se fala de gene para prever opinião política, não se pode misturar com comportamento eleitoral, nem para qualquer outro tipo de comportamento. Esse estudo levaram em conta uma escala extremamente simples. Obviamente não há um gene que controla como as pessoas respondem à perguntas sobre sua crença política. Isso seria ridículo, e exigem-nos a supor que em algum lugar, à espreita no genoma, tinha um gene que estava adormecido durante milhões de anos, até que os cientistas políticos inventaram o sistema político que nós tempos hoje. Extremamente improvável.
            Sim, alguns traços simples - como a cor dos olhos - são diretamente controlados por um pequeno número de genes. Mas a maioria das coisas que estamos interessados ​​em medir sobre a vida cotidiana - por exemplo, as opiniões políticas, traços de personalidade ou outros problemas de saúde comuns - não tem causa única genética. A força da ligação entre a genética e a escala liberal-conservadora sugere que algo mais fundamental está sendo influenciado pelos genes, algo que por sua vez influencia crenças políticas.
            Na realidade, essa predisposição genética para a política envolve outras coisas. Por exemplo, um estudo mostrou que os voluntários americanos que começaram a suar mais quando ouviram um barulho repentino também eram mais propensos a apoiar a pena de morte e a Guerra do Iraque. Isto mostra que as pessoas cujas respostas básicas emocionais são mais afloradas tendem à opiniões de direita. Outro estudo, desta vez na Grã-Bretanha, mostrou diferenças na estrutura cerebral entre liberais e conservadores - com a amígdala, uma parte do cérebro que aprende respostas emocionais, sendo maior nos conservadores. Mais uma vez, isto sugere que diferenças em crenças políticas podem surgir a partir de diferenças nos processos emocionais.