13 de novembro de 2012

Usamos apenas 10% de nosso cérebro?



            É incrível quantos mitos médicos existem para escolhermos. Mas uma parte do corpo parece atrair muitas histórias especuladas, é o cérebro. Um dos seus mitos mais conhecidos, é a ideia de que só usamos 10% do mesmo. É uma conceito atraente, porque sugere a possibilidade de que poderíamos nos tornar muito mais inteligente, bem sucedido ou criativo, se você pudesse aproveitar esse desperdício de 90%. Isso pode nos inspirar a tentar ir além, mas, infelizmente, isso não significa que há alguma verdade nisso.
            Primeiro de tudo, é importante fazer a pergunta - 10% do que? Se for 10% de toda região do cérebro, esta é a ideia mais fácil de acabar. Usando uma técnica chamada ressonância magnética funcional, os neurocientistas podem colocar uma pessoa dentro de um scanner e ver quais partes do cérebro são ativadas quando fazem perguntas ou pensar sobre algo. Uma ação simples como abrir e fechar a mão ou dizer algumas palavras requer atividade em mais de um décimo do cérebro. Mesmo quando você pensa que não está fazendo nada, seu cérebro está fazendo bastante - seja controlar funções como a respiração e freqüência cardíaca, ou recordando os itens da sua lista de coisas a fazer.
            Mas talvez esses 10% refere-se ao número de células do cérebro. Novamente, isto não funciona. Quando as células nervosas se degeneram e morrem elas são colonizadas por outras células. Nós simplesmente não deixamos que nossas células cerebrais fiquem sem funções, ou morram. Elas são muito valiosas para isso. Manter o tecido cerebral vivo consome 20% do oxigênio que respiramos, de acordo com o neurocientista cognitivo Sergio Della Sala.
            É verdade que a natureza às vezes pode envolver alguns projetos estranhos, mas a evoluir para ter um cérebro de dez vezes o tamanho que precisávamos parece muito estranho. Somos projetados para a sobrevivência, e imaginar dimensões tão maiores do que o necessário não seria logico, não seria prático, por exemplo na hora do parto de um bebe, o tamanho da cabeça só atrapalha. No entanto, muitas pessoas se apegam à ideia de que só usamos 10% do nosso cérebro.
            Então, como pode uma idéia com tão pouca base biológica ou fisiológica ter se espalhado tão amplamente? É difícil de rastrear uma fonte original. O psicólogo e filósofo americano William James mencionou em Energias dos Homens em 1908 que "estão fazendo uso de apenas uma pequena parte dos nossos possíveis recursos mentais e físicos". Ele era um otimista de que as pessoas poderiam conseguir mais, mas ele não se refere a volume do cérebro ou a quantidade de células, nem ele dá uma porcentagem específica. O valor de 10% é mencionado no prefácio da edição de 1936 do livro best-seller de Dale Carnegie Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, e às vezes as pessoas dizem que Albert Einstein era a fonte. Mas o professor Della Sala tentou encontrar a citação, e até mesmo aqueles que trabalham com arquivos de Albert Einstein não conseguiram encontrar nenhum registro dele. Então, parece que este pode ser um mito também.
            Há dois outros fenômenos que podem explicar o mal-entendido. Nove décimos de células no cérebro são as chamadas células gliais. Estas são as células de apoio, a substância branca, que fornecem ajuda física e nutricional para os outros 10% de células, os neurônios, que compõem a massa cinzenta, que nos faz pensar. Então, talvez as pessoas ouviram que apenas 10% das células fazem o trabalho duro, e assumiu que poderíamos aproveitar as células gliais também. Mas estes são completamente diferentes tipos de células. Não há nenhuma maneira que eles poderiam, de repente se transformarem em neurônios, dando-nos o poder do cérebro extra.

12 de novembro de 2012

Veneza inundada


Chuvas e ventos fortes fizeram com que a maré na cidade de Veneza (Itália) subisse mais de um metro, deixando 70% da urbe inundada. O mal tempo previsto para os próximos dias deixou o país inteiro em estado de alerta. Em Veneza, a prefeitura pediu para que a população não saísse de casa. Em Versilia, Pisa e Livorno, as instruções foram para que as pessoas ficassem nos andares mais altos dos prédios. Agora, o mau tempo parte em direção à Roma. A Reuters fez uma seleção de fotos de Veneza, e como as pessoas estão se comportando na cidade:


Turistas se sentam à mesa de um bar na Praça de São Marcos inundada.


O mau tempo provocou "acqua alta" (água alta) e 70% da cidade foi inundada.


A inundação é comum em Veneza nesta época do ano, mas é incomum ver pessoas nadam na cidade.


O nível do mar chegou a 1,5 metros (5 pés) marcando o sexto nível de água mais alto desde 1872, de acordo com a agência de notícias Ansa.


Para pedir café, pessoas têm que usar botas de borracha dentro desta loja inundada.


Sapatos e caixas podem ser visto flutuando nesta loja.


Turista é obrigada a carregar mala no ombro.



Seria a paz mundial possível?


Ligamos a TV, e lá está: notícias de guerras. Abrimos o jornal: violência urbana. Será que algum dia atingiremos a paz mundial? Ou então, estaria o mundo ficando cada vez mais violento? A resposta da primeira pergunta, infelizmente, não temos. Mas em réplica à segunda, a resposta é não, pelo contrário.
            O psicólogo e cientista cognitivo Steven Pinker da Universidade de Harvard, para a BBC UK, argumenta que “Enquanto há uma abundância de violência em todo o mundo, e mais maneiras de matar uns aos outros, temos assistido a menos guerras entre os países desde 1945. E não é somente a guerra que está em baixa, as taxas de homicídio são muito menores do que eram na Idade Média, e questões como violência doméstica não são mais vistos como sendo aceitável”. As histórias da Antiguidade estão cheias de conquistas gloriosas que hoje seriam classificadas como genocídios, barbárie. A violência doméstica, contra a mulher, que hoje é tão assiduamente repudiada, virou lei – como Lei Maria da Penha – apenas em 2006. E nas décadas de 1940, 1950, 1960? Apesar do que parece, o mundo está evoluindo.
            Diante da violência, hoje, as pessoas estão escandalizadas, desconcertadas e inconformadas, o que não acontecia antigamente. Talvez por isso cada vez mais saia notícias sobre o assunto. Pinker disse também, que o ser humano está predisposto a ser violento. Contudo, ultimas pesquisas mostraram que no homem moderno, nasce uma predisposição para o pacifismo. Nasce a empatia, o colocar-se no lugar do outro. “Há algumas peças para o cérebro que nos impelem para realizar a violência, como a sede de vingança, sentimentos de tribalismo, ou a busca pelo domínio. Mas embalado para o mesmo crânio há motivos que inibem-nos de violência, como empatia e razão, que nos permitem ver a violência como um problema a ser resolvido, em vez de um concurso para ser vencida”.
            O mesmo se reflete no trato para com os animais. Hoje em dia, violência com animal é inadmissível. Ver alguém maltratando um cachorro, como foi o caso da enfermeira que matou um yorkshire, hoje causa revolta. A mulher foi perseguida, teve que mudar de casa e lutar na justiça pela guarda do filho. Ainda temos muito que caminhar, isso é claro, e com certeza a paz mundial ainda está distante. Mas, com o avanço da humanidade, quem sabe um dia?