Ligamos
a TV, e lá está: notícias de guerras. Abrimos o jornal: violência urbana. Será
que algum dia atingiremos a paz mundial? Ou então, estaria o mundo ficando cada
vez mais violento? A resposta da primeira pergunta, infelizmente, não temos.
Mas em réplica à segunda, a resposta é não, pelo contrário.
O psicólogo e cientista cognitivo
Steven Pinker da Universidade de Harvard, para a BBC UK, argumenta que
“Enquanto há uma abundância de violência em todo o mundo, e mais maneiras de
matar uns aos outros, temos assistido a menos guerras entre os países desde
1945. E não é somente a guerra que está em baixa, as taxas de homicídio são
muito menores do que eram na Idade Média, e questões como violência doméstica
não são mais vistos como sendo aceitável”. As histórias da Antiguidade estão
cheias de conquistas gloriosas que hoje seriam classificadas como genocídios,
barbárie. A violência doméstica, contra a mulher, que hoje é tão assiduamente
repudiada, virou lei – como Lei Maria da Penha – apenas em 2006. E nas décadas
de 1940, 1950, 1960? Apesar do que parece, o mundo está evoluindo.
Diante da violência, hoje, as
pessoas estão escandalizadas, desconcertadas e inconformadas, o que não acontecia
antigamente. Talvez por isso cada vez mais saia notícias sobre o assunto.
Pinker disse também, que o ser humano está predisposto a ser violento. Contudo,
ultimas pesquisas mostraram que no homem moderno, nasce uma predisposição para
o pacifismo. Nasce a empatia, o colocar-se no lugar do outro. “Há algumas peças
para o cérebro que nos impelem para realizar a violência, como a sede de
vingança, sentimentos de tribalismo, ou a busca pelo domínio. Mas embalado para
o mesmo crânio há motivos que inibem-nos de violência, como empatia e razão,
que nos permitem ver a violência como um problema a ser resolvido, em vez de um
concurso para ser vencida”.
O mesmo se reflete no trato para com
os animais. Hoje em dia, violência com animal é inadmissível. Ver alguém maltratando
um cachorro, como foi o caso da enfermeira que matou um yorkshire, hoje causa
revolta. A mulher foi perseguida, teve que mudar de casa e lutar na justiça
pela guarda do filho. Ainda temos muito que caminhar, isso é claro, e com
certeza a paz mundial ainda está distante. Mas, com o avanço da humanidade,
quem sabe um dia?