18 de maio de 2011

Brasil, um país manco

É normal a grande dificuldade de entendimento sobre o que é ser de direita e o que é ser de esquerda, aqui no Brasil.
Sempre me orientei na direção de que ideologia de esquerda é buscar a vanguarda, a mudança para o novo, enquanto que a direita é conservar as tradições manter os costumes antigos.
O entendimento que ser esquerda significa ser comunista ou socialista, vem por conta do Marxismo, século XIX, ou da doutrina comunista moderna, que trouxe o trabalho como a atividade capital da humanidade. Para e época, foi uma inovação no pensamento socioeconômico e assim navegou a bordo de todo o século XX.
Por outro lado cunhou-se a direita como o lado que defende o lucro a qualquer preço, mesmo a custas do sofrimento humano. Foi sempre combatido e menos aceito como o retorno, ao proprietário, do seu capital social, dinheiro ou título investido.
Esta confusão de entendimento tem permeado as mentes da maioria dos jovens e adultos brasileiros e servido de berço para o oportunismo delinquente de muitos, que se escondem atrás destes rótulos ideológicos, para simplesmente enriquecer - financeiramente - a si e aos seus.
Um grande problema aqui no Brasil é ter-se embaraço em dizer-se de direita, como se isso fosse delito político ou posição amoral.
Assim, a maioria maciça dos políticos é: esquerda.
Um país, para não ser manco, tem que ter direita e esquerda no mesmo tamanho e se alternando em governo e em política econômica.
Isso é o que ocorre nas melhores democracias mundo a fora, onde ser esquerda ou ser direita não é ser torpe. É apenas legítimo exercício de democracia.

2 de novembro de 2010

Podemos estar sobre uma bomba relógio

O que se fala hoje de guerra cambial é muito diferente do que ocorreu na década de 30.
Naquela época, todos os países desenvolvidos tinham câmbio fixo. Eles podiam mudar a cotação de compra e venda de suas moedas, por pura e simples intervenção de seus Bancos Centrais. Hoje, só existe uma grande economia que faz isso, a China. A China fixou seu câmbio em relação ao Dólar, pois os Estados Unidos é o seu maior mercado.
O mundo vive um grande desequilíbrio que é a relação entre o imenso superávit comercial chinês, e o grande déficit comercial dos Estados Unidos. Como a China tem câmbio fixo esse desequilíbrio não consegue se corrigir com base numa desvalorização do Dólar frente às outras moedas do mundo.
Para diminuir seu déficit comercial, os Estados Unidos estão tentando forçar a desvalorização do Dólar através de aplicações de taxas de juros muito baixas e através da emissão de moeda. Isso afeta, principalmente aqueles países que tem câmbio flexível, como é o caso do Brasil. No entanto, esse fenômeno não afeta apenas a economia brasileira, mas o mundo inteiro que esta se valorizando frente a moeda americana.
Paradoxalmente é uma necessidade para a economia mundial que os americanos acabem com o déficit comercial ou que pelo menos o reduzam, porque se isso não ocorrer, o consumo americano não aumenta. A diminuição do consumo foi uma das causas da crise imobiliária de 2008.
Aqui, para financiar o investimento, dado que o Governo não gera poupança ao contrário ele absorve recurso, o Brasil precisa recorrer a uma fonte externa de financiamento.
Para isso há 3 formas de financiar: Pela poupança privada, que é baixa; pela poupança do Governo, que é negativa e pela poupança externa que é onde o Governo está indo se abastecer.
Por isso, essa busca por capital externo, pois ela é necessária para financiar o déficit em conta corrente.
O fato é que o Governo gasta demais e por isso tem que trabalhar com altas taxas de juros, atraindo assim capital especulativo, sem corrigir o problema.
O que vemos é que o Real não está sendo atacado de maneira nenhuma. O problema são as altas taxas de juros usadas para conter a inflação, e captar recursos para financiar sua dívida.
O cambio brasileiro valorizado é apenas uma conseqüência evidente de uma conta que será cobrada mais adiante.

28 de outubro de 2010

O câmbio e a concorrência

As perspectivas quanto à demanda no varejo para os próximos meses são de crescimento. O aumento da atividade comercial é natural nessa época do ano, pois é quando a indústria começa a atender as encomendas dos clientes para o fim do ano.
Esse ano a indústria brasileira estará competindo ferozmente com os artigos importados, haja vista a valorização do Real nos últimos meses, e por conta disso correrá o risco de terminar o ano com algum estoque.
O Governo tenta segurar a valorização do Real em relação ao Dólar utilizando instrumentos que aumentam a sua volatilidade, e sem muito efeito no médio prazo. Talvez a finalidade seja inserir mais risco aos investimentos estrangeiros, mas esta intenção poderá se transformar numa grande dor de cabeça, já que no Brasil falta capital para melhorar a sua infraestrtura.
O Governo também analisa a possibilidade de criar uma nova tributação, agora, incidindo diretamente sobre as ações. Esse ato poderá baixar a liquidez da bolsa de valores, levando as empresas, que necessitam de capital, ter que adiar seus IPOs e ir para o mercado financeiro tomar dinheiro emprestado. Este efeito aumentará a despesa financeira nos seus balanços, fazendo com que tenham que repassar esse custo para o preço dos produtos e, tornando assim, a concorrência com os importados mais difícil.