Nesta tarde de quarta-feira (17), o
Uruguai está a um passo de ser o segundo país na América Latina – depois de
Cuba – a legalizar o aborto, e o primeiro na América do Sul. No Senado
uruguaio, a causa ganhou por 17 votos contra 14. Para isso, basta a mulher
estar até a 12ª. semana de gestação. A Lei ainda precisa ser assinada pelo
presidente José Mujica, mas esse já falou que não vetará a decisão.
"Este é um primeiro passo de
avanço. Entre 1934 e 1938, o aborto foi legal no Uruguai. E, desde a reabertura
democrática (1985), todas as legislaturas apresentaram projetos a respeito.
Sentimos que se trata de uma questão de direito, estamos convencidos de que se
deve continuar com a luta pela autonomia da mulher", disse à BBC Brasil a
senadora Monica Xavier, presidente da Frente Ampla.
Para realizar o procedimento, a
gestante deve passar por uma consulta com três profissionais da área de saúde,
e deverá esperar no mínimo cinco dias, para a reflexão. Primeiro, a mulher vai
ao médico e relata seu desejo de abortar. Em seguida ela passa por consultas
com um ginecologista, um psicólogo e um assistente social. Qualquer mulher pode
tomar essa decisão, basta preencher os pré-requisitos relatados acima.
Contra
ou a favor?
Conheça os argumentos:
A favor o aborto:
A mulher tem o direito de tomar decisões num assunto que diz
respeito à sua vida como o é da maternidade.
A maternidade não desejada é fonte de problemas futuros para
a mulher, para o casal, para as famílias e, sobretudo, para as crianças delas
nascidas.
Podem ocorrer problemas na futura vinculação afetiva entre a
mãe e a criança nascida quando a gravidez é vivida em sofrimento.
O aborto clandestino é um problema de saúde pública.
Proibir não elimina o recurso ao aborto. Quando as mulheres
sentem que ele é necessário fazem-no, mesmo que não seja em segurança.
O primeiro direito da criança é ser desejada.
Contra o aborto:
Hoje em dia já existem diversos modos contraceptivos no
mercado.
Fazer um aborto é um atentado contra a vida humana.
A despenalização do aborto vai provocar o aumento do número
de abortos.
A despenalização do aborto vai aumentar o número de DSTS.
A decisão não é só da mulher, mas o homem também tem direito
sobre seu filho.