8 de março de 2013

Novos cenários da comunicação


            Em seu artigo Cidade Virtual: Novos Cenários da Comunicação, o autor Jesus Martín-Barbeiro, filósofo e assessor do Instituto de Estudos sobre Culturas e Comunicação da Universidade Nacional da Colômbia, cita o historiador José Luis Romero para falar da questão de modernização urbana e des-centramento da experiência social. Romero, segundo o autor, foi o primeiro a pensar nas cidades da América Latina e em modernizá-las. Essas mudanças seriam no modo de “estar e sentir-se juntos, a desarticulação das formas tradicionais de coesão e modificação estrutural das formas de socialidade”, escreve Marín-Barbeiro.
            Segundo o artigo, foi a violência das décadas de 40 a 60 que levou ao êxodo rural, obrigando as cidades a se reorganizar sem um tempo mínimo necessário para essa reorganização. Além disso, os camponeses foram para diversas cidades, não concentrando-se em apenas algumas. Assim, a urbanização terá uma modernização somente em meados da década de 60. Esse processo responde a três tipos de dinâmica diferentes. O desejo e pressão de uma vida melhor, a cultura do consumo e as novas tecnologias comunicacionais. Em todos os três tipos de dinâmica, o mundo popular e os jovens aparecem como catalizadores.
            Diante dessas mudanças acontecendo, segundo o escritor, a maioria dos adultos resistem à nova cultura – que coloca como antiquadas grande parte de suas crenças. Assim, muitos deles culpam os jovens pela decadência de valores morais e intelectuais. Por outro lado, esses jovens lidam com a tecnologia com destreza e cumplicidade. É aí que começa o paradigma informacional, como chama Jesus.
            Esse paradigma trata-se de um tráfico uma circulação constante de diversas coisas – veículos, pessoas, informações. Assim, a verdadeira preocupação dos urbanistas é essa, a circulação entre os cidadãos. Eles não querem as pessoas reunidas, e sim conectadas, escreve o autor. Assim, em grandes cidades, explica Jesus, não se constroem praças, porque para essa sociedade da informação, o que importa é a velocidade de circulação da informação. Não é difícil de entender a lógica que o autor defende. A conexão une a descentrilação da cidade moderna. O autor defende a ideia de que o fluxo das imagens desvaloriza ou até substitui a troca de experiências interpessoais.
            Diante desse modelo de cidade, os cidadãos são acometidos por uma brutalidade maior do que aquelas vividas nas ruas inseguras de uma cidade violenta. É o que o autor chama de “angustia cultural e pauperização psíquica”. Esse descentramento da cidade causa uma “perda do centro”, uma desvalorização dos lugares que tinham como função reunir, aglomerar pessoas, como uma praça, por exemplo. O que resta para os cidadãos da cidade, segundo o texto, são os centros comerciais, que mudaram totalmente o sentido do encontro entre pessoas. São espetáculos arquitetônicos, o trabalho e o ócio em um só lugar.
            O autor, com base no livro de Canclini – Culturas da Cidade do México: símbolos  coletivos e usos do espaço urbano – fala que essas novas condições de vida, impostas pelas grandes cidades, exigem uma reinvenção para os laços sociais e culturais, e são as redes de audiovisual que cumprem essa reinvenção. A televisão e o rádio fazem a ponte entre o que acontece na cidade e os cidadãos, e os envolvem aos acontecimentos da urbe. Como o autor do artigo fala em seu livro A Cidade: entre meios e modos “se a televisão atrai é porque a rua expulsa, é dos medos que vivem os meios”.
            Assim, fica claro de que uma cidade informatizada precisa apenas de pessoas interconectadas, e não reunidas. E o que constitui a eficácia de uma cidade virtual? A capacidade em que as tecnologias têm em acelerar, ampliar e embrenhar as tendências estruturais da sociedade, e não o poder dessas tecnologias. É de casa que os cidadãos participam da vida da cidade.
            A necessidade faz com que surjam formas diferentes de habitar a cidade. Surgem novas tribos, que não possuem ligações físicas, como nerds ou alternativos (exemplos citados pelo autor). Estar em casa não significa não participar do mundo. A nova expressão da existência social se faz diante das câmeras. É o que Martín-Barbeiro chama de cultura a domicilio.
            O artigo, que foi escrito em 1998, retrata uma realidade da época, de 15 anos atrás. Contudo, essa realidade não mudou, apenas se concretizou ainda mais com a inclusão da internet nas relações pessoais.
            A violência das cidades aumentou, as tecnologias se desenvolveram, e cada vez mais as tribos virtuais se fortalecem. As relações interpessoais passam a depender de relações virtuais, com as mensagens de celular, internet e principalmente as famosas redes sociais. Os perfis pessoais nessas redes são uma extensão das pessoas, tão real como como esses indivíduos físicos.
            As grandes cidades crescem cada vez mais, e descontroladamente. A presença da chamada conurbação – unificação da malha urbana – só faz com que essas características descritas no artigo se solidifiquem.
            Contudo, não quer dizer que seja algo negativo. A cidade, acompanhando a tecnologia, vai evoluindo, forçando essa mudança social. Mudança essa que acontece naturalmente ao decorrer dos tempos, desde as sociedades mais remotas.

Dez mulheres mais poderosas

A revista Forbs divulgou em agosto do ano passado as 10 mulheres mais poderosas do mundo.
Confira:


1º: Angela Merkel, chanceler alemã


2º : Hillary Clinton, secretária de Estado norte-americana


3º: Dilma Rousseff, presidente do Brasil



4º: Melinda Gates, co-fundadora da Bill & e Melinda Gates Foundation


5º: Jill Abramson, editora-executiva do The New York Times


6º: Sonia Gandhi, política e líder do Partido do Congresso na Índia




7º:  Michelle Obama, primeira dama dos Estados Unidos




8º: Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI



9º: Janet Napolitano, secretária de Segurança Nacional dos Estados Unidos



10º: Sheryl Sandberg: chefe operacional do Facebook




Dez mulheres mais influentes da história


            No Dia Internacional da Mulher,  nada mais justo do que um homenagem. A data, celebrada em 8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto.
            Em 1975, foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres. Por isso, nada mais justo do que lembrar as 10 mulheres que marcaram a história da humanidade.

Augusta Ada King ( 1815 - 1852), matemática e pioneira na computação

            A condessa de Lovelace, Augusta Ada King. Inglesa e filha única do poeta Lord Byron e Anne Isabella. Mundialmente conhecido como a primeira programadora da história. Ada King foi quem desenvolveu o primeiro logaritmo de um computador. Vale frisar que foi a inventora da programação, e não a primeira mulher a programar. Sem o trabalho inovador de Augusta Ada King, a sociedade técnica, provavelmente, seria bastante diferente
           
Wu Zetian ( 624 - 705 d.C.), imperatriz da China

Wu Zetian imperatriz da dinastia Zhou. Tomou posse após a morte de seu marido. Seu reinado ficou marcado pelo budismo, pela justiça para os camponeses, pelo fortalecimento de obras públicas e um crescente investimento em arte e cultura. Zetian foi deposta devido a uma revolta violenta em 705 e morreu no mesmo ano.

Boudicca ( 30 - 61 d.C.), rainha tribal

Boudicca foi uma rainha celta e líder inspiradora dos britânicos. Liderou os icenos, juntamente com outras tribos, em um levante contra as forças romanas que ocupavam a Grã-Bretanha em 60 ou 61 d.C. Boudicca era casada com o rei dos icenos que havia feito um trato com os romanos tornando-se aliado do Império Romano. Com a sua morte, Boudicca assumiu a liderança de seu povo. Devido o tratamento dado pelos romanos, começou uma revolta, e morreu no campo de batalha. O marido da rainha Victoria, o príncipe Albert, mandou fazer uma estátua de bronze, em Londres, em sua homenagem.

Marie Ceurie ( 1867 - 1934), prêmio Nobel em física e química 

Marie Curie foi a primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel em duas áreas. Ajudou a descobrir dois elementos novos (o rádio e o polônio), além de ter criado o nome 'radioatividade'. Foi Marie que começou a fazer uso da radiação para tratar doenças como o câncer. Revolucionou a medicina e a química, numa época em que mulheres deveriam ficar dentro de casa.

Joana d´Arc (1412 - 1431), heroína francesa

Joana d´Arc foi uma heroína francesa. Liderou o Exército em uma vitória contra os britânicos em Orleans com apenas 18 anos de idade, durante a Guerra dos Cem Anos. Joana foi queimada viva em 30 de maio de 1431, com apenas dezenove anos, acusada de bruxaria. A revisão do seu processo começou a partir de 1456, quando foi considerada inocente pelo Papa Calisto III, e o processo que a condenou foi considerado inválido. Em 1909 a Igreja Católica autoriza sua beatificação. Em 1920, Joana d'Arc é canonizada pelo Papa Bento XV.

Amelia Earhart ( 1897 - 1937), aviadora

Amelia Earhart foi a primeira mulher a cruzar sozinha o Oceano Atlântico. Ela também foi membro da Organização Nacional de Mulheres e apoiadora da reforma de direitos igualitários. Amelia desapareceu no oceano Pacífico, perto da Ilha Howland enquanto tentava realizar um voo ao redor do globo em 1937. Foi declarada morta no dia 5 de janeiro de 1939. Seu modo de vida, sua carreira e o modo como desapareceu até hoje fascinam as pessoas.

Frida Kahlo ( 1907-1954), artista plástica

Frida Kahlo é uma das mais famosas artistas e é vista por muitos como um ícone da criatividade feminina. Frida começou a pintar depois de ficar gravemente ferida em um acidente de ônibus, no qual fraturou a coluna e a pélvis. Além disso, foi ativista política, juntando-se à liga das jovens comunistas e à organização mexicana dos comunistas. Foi casada com o artista Diego Rivera.

Mary Wollstonecraft ( 1759 - 1797), escritora, filósofa e advogada dos direitos humanos

É considerada uma das pioneiras do moderno feminismo com a publicação da obra A Vindication of the Rights of Woman (em português, Uma Defesa dos Direitos da Mulher), em 1790. Suas ideias inovadoras, contidas em seu trabalho, tiveram enorme influência no avanço dos direitos das mulheres pelo mundo. Ela era ferrenha crítica da ideia de fragilidade das mulheres e defendia oportunidades educacionais iguais para os dois gêneros. Mary morreu apenas dez dias depois do nascimento de sua segunda filha, Marty Wollstonecraft-Godwin, que, anos depois, adotou o nome de Mary Shelley e escreveu o romance 'Frankenstein'.

Rosa Parks ( 1913 - 2005), ativista dos direitos civis dos negros

Em 1955, a costureira Rosa Parks recusou-se a ceder seu lugar no ônibus para que um homem branco sentasse. Ela foi presa e condenada por violar as leis de segregação impostas nos Estados Unidos. Sua prisão aumentou a visibilidade do movimento liderado por Martin Luther King Jr., dando início a uma era revolucionária de protestos de massa em apoio aos direitos civis nos EUA.
"Rosa Parks sentou-se para que Martin Luther King pudesse andar. Luther King andou para que Obama pudesse correr. Obama está correndo para que nós possamos voar"
JAY-Z, RAPPER AMERICANO

Cleópatra ( 69 a.C. - 30 a.C. ), rainha do Egito

A governanta mais famosa de todos os tempos, e uma das mulheres mais poderosas do antigo mundo, Cleópatra é uma mulher que continua fascinando até os dias atuais. Ela governou o Egito durante a dinastia Ptolemaica junto com o seu pai e, depois, com os irmãos, até liderar o governo sozinha. Ela relacionou-se com o imperador romano Júlio César e, no ápice do poder, controlava quase toda a costa mediterrânea, no que se configurou como a época mais próspera do Egito.