17 de abril de 2018

Sambuca, as casas de leilão por um euro na vila mais bonita da Itália


A iniciativa de casas à venda em 1 euro está chegando a Sambuca di Sicilia. Um impulso que visa incentivar o turismo, recuperar o patrimônio urbano e arquitetônico e tentar criar uma barreira ao despovoamento dos centros históricos.
Para encarregar-se da iniciativa da administração municipal de Sambuca di Sicilia nell'Agrigentino que em 2016 conquistou o título de vila mais bonita da Itália. O projeto foi apresentado na manhã de ontem na sede do Turismo Conselheiro Sandro Pappalardo Regional, o prefeito de Sambuca Leo Ciaccio eo vice-prefeito e vereador para o turismo comum, Joseph Cacioppo. Há tempo até 2 de maio para participar do anúncio, leilão base 1 euro, depósito de 5000 euros para garantir a renovação de 17 unidades de construção e compromisso para concluir o trabalho dentro de três anos.
O conselheiro regional de turismo, Sandro Pappalardo, não escondeu a sua satisfação: «O projeto de 1 euro trouxe enormes benefícios, não só do ponto de vista turístico, mas também empresarial, um mecanismo virtuoso que desencadeia o trabalho e o desenvolvimento. As nossas aldeias são uma excelência, das 5 edições nacionais 3 foram conquistadas pela nossa região e este ano ficamos em segundo lugar. A promoção, o aumento do turismo, o recomeço de uma economia estagnada, evitando o despovoamento das aldeias, continuam sendo os objetivos do projeto ".
O prefeito de Sambuca Leo Ciaccio também destacou como os quadros cidade já estão entupidos com pedidos de pessoas interessadas: "Na nossa aldeia já comprou casa vários italianos e estrangeiros - incluindo França, Suíça, lituanos, alemães, britânicos e húngaros ". Até mesmo um gigante turístico como a Airbnb optou por investir em Sambuca di Sicilia, realizando uma casa de artista no Palazzo Pannitteri para o sul da Itália.

Tradução livre: LASICILIA.IT, 12/04/2018

12 de abril de 2018

A bandeira brasileira


A maioria das pessoas aprende que a bandeira de nosso país é formada de verde e amarelo para representar a natureza brasileira. O verde representaria as florestas; o amarelo, as riquezas e o ouro. Apesar disso, a verdadeira escolha das cores não partiu daí.

O conteúdo da bandeira brasileira tinha, na época do Império, outros significados. O retângulo verde, remetia à Casa de Bragança, à qual pertencia Dom Pedro I. O amarelo, era a cor da Casa da Áustria (Haus von Habsburg), da arquiduquesa dona Leopoldina, esposa de dom Pedro I. E o círculo azul era a esfera armilar, também presente na bandeira portuguesa do Império.  Agora, indica nosso céu estrelado.

As mudanças aconteceram quando a bandeira atual foi confeccionada, em 1889 e apareceu quatro dias depois da proclamação da República. Foi instituída no dia 19 de novembro de 1889  pelo decreto número 4, tendo suas cores e suas dimensões também estabelecidas por decreto. Ela herdou os símbolos do estandarte imperial, mas mudou os significados. Também incorporou a frase “Ordem e Progresso”, que foi inspirada em um lema do positivismo, corrente filosófica popular na época.

O positivismo ditava que a ciência era a única forma de progresso para a sociedade moderna. A frase original, cunhada pelo positivista Augusto Comte, era “o amor por princípio, a ordem por baixo e o progresso por cima”.

9 de abril de 2018

Zumbi não tinha pretensões de libertar os escravos


Quando se fala de escravos e da escravatura no Brasil, Zumbi dos Palmares é uma das maiores referências em heroísmo no assunto.

Apesar disso, historiadores apontam o personagem como escravocrata. Por mais que estivesse submetido a um senhor, também tinha servos que eram obrigados a realizar trabalhos forçados e seguir suas ordens

Em vez de meras vítimas, os negros tiveram papel mais complexo na sociedade colonial, às vezes até com status semelhante ao dos portugueses.

É claro que, naquele contexto social, ter escravos era visto com outros olhos, mas ainda assim o historiador Leandro Narloch [Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil (Ed. Leya, 2009)] defende que Zumbi mais lutou por seus próprios direitos do que pela liberdade de todos os escravos.
Narloch diz que o objetivo não é desmerecer os negros. "Pelo contrário, acho que eles podem se orgulhar de que seus antepassados não eram pobres coitados, mas, em muitos casos, pessoas prósperas, que não abaixavam a cabeça”.

José de Souza Martins denuncia a mistificação do Quilombo dos Palmares ao denunciar a existência da escravidão dentro dele: “Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniquidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia. As etnias de que procederam os escravos negros do Brasil praticavam e praticam a escravidão ainda hoje, na África. Não raro capturavam seus iguais para vendê-los aos traficantes. Ainda o fazem. Não faz muito tempo, os bantos, do mesmo grupo linguístico de que procede Zumbi, foram denunciados na ONU por escravizarem pigmeus nos Camarões”. (José de Souza Martins, Divisões Perigosas, Ed. Civilização Brasileira, Rio, 2007, p. 99).

Nina Rodrigues esclarece que nos Palmares havia "um governo central despótico" semelhante aos da África na ocasião”. Não havia liberdade para sair: “Se algum escravo fugia dos Palmares, eram enviados negros no seu encalço e, se capturado, era executado pela ‘severa justiça’ do quilombo”. (Uma história psicossocial dos estudos raciais no Brasil do final do século XIX).

Zumbi rompeu as pazes e espalhou o terror. Tais eram as devastações que os quilombolas espalhavam em torno de si que a pedido da população circunvizinha foram organizadas as expedições armadas das quais resultou a sua destruição de Palmares.

Décio Freitas, autor do livro Palmares – A Guerra dos Escravos, em entrevista para a “Folha de S. Paulo”, confessou que depois das pesquisas, “ele tem hoje uma visão diferente do líder negro Zumbi. ‘Acho que, se ele tivesse sido menos radical e mais diplomático, como foi seu tio Ganga-Zumba, teria possivelmente alterado os rumos da escravidão no Brasil.’’ (http://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/zumbi_17.htm).

Zumbi não tinha pretensões de libertar os escravos – maior mercadoria da África – e mantinha os costumes ali vigentes pelos quais algumas etnias escravizavam os seus inimigos.