30 de janeiro de 2012

Sobre ou sob o racismo?

Minha filha Isadora me mandou este texto postado no Blog do Pablito;)(http://pablodiego.posterous.com/eis-o-perigo-de-mexer-com-pessoas-inteligente) que achei muito pertinente e que gostaria de dividir com aqueles que passam por aqui:

O humorista Danilo Gentili postou a seguinte piada no seu twitter:

"King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"

A ONG Afrobras se posicionou contra: "Nos próximos dias devemos fazer uma carta de repúdio. Estamos avaliando ainda uma representação criminal", diz José Vicente, presidente da ONG. "Isso foi indevido, inoportuno, de mau gosto e desrespeitoso. Desrespeitou todos os negros brasileiros e também a democracia. Democracia é você agir com responsabilidade" , avalia Vicente.

Alguns minutos após escrever seu primeiro "twitter" sobre King Kong, Gentili tentou se justificar no microblog:

"Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?" (GENIAL) "Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês é que têm preconceito."

Mas, calma! Essa não foi a tal resposta genial que está no título, e sim ESTA:

"Se você me disser que é da raça negra, preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra, pois, se todas as raças são iguais, então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?

Quem propagou a ideia que "negro" é uma raça foram os escravagistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: "Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra".

Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho de ser da raça negra, eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco, MAS SIM DE BURRO.

Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de v***** e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.

Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:

- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.

Prefiro ser chamado de macaco a ser chamado de girafa. Peça a um cientista que faça um teste de Q.I. com uma girafa e com um macaco. Veja quem tira a maior nota.

Quando queremos muito ofender e atacar alguém, por motivos desconhecidos, não xingamos diretamente a pessoa, e sim a mãe dela. Posso afirmar aqui então que Darwin foi o maior racista da história por dizer que eu vim do macaco?

Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo "preto" pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: "Branco, Amarelo, Vermelho, Negro"?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho, não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas, é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes.

Digo isso porque a patrulha do politicamente correto é tão imbecil e superficial que tenho absoluta certeza que serei censurado se um dia escutarem eu dizer: "E aí seu PRETO, senta aqui e toma uma comigo!". Porém, se eu usar o tom correto e a postura certa ao dizer "Desculpe meu querido, mas já que é um afrodescendente, é melhor evitar sentar aqui. Mas eu arrumo uma outra mesa muito mais bonita pra você!" Sei que receberei elogios dessas mesmas pessoas; afinal eu usei os termos politicamente corretos e não a palavra "preto" ou "macaco", que são palavras tão horríveis.

Os politicamente corretos acham que são como o Superman, o cara dotado de dons superiores, que vai defender os fracos, oprimidos e impotentes. E acredite: isso é racismo, pois transmite a ideia de superioridade que essas pessoas sentem de si em relação aos seus "defendidos"

Agora peço que não sejam racistas comigo, por favor. Não é só porque eu sou branco que eu escravizei um preto. Eu juro que nunca fiz nada parecido com isso, nem mesmo em pensamento. Não tenham esse preconceito comigo. Na verdade, SOU ÍTALO-DESCENDENTE. ITALIANOS NÃO ESCRAVIZARAM AFRICANOS NO BRASIL. VIERAM PRA CÁ E, ASSIM COMO OS PRETOS, TRABALHARAM NA LAVOURA. A DIFERENÇA É QUE ESCRAVA ISAURA FEZ MAIS SUCESSO QUE TERRA NOSTRA.

Ok. O que acabei de dizer foi uma piada de mau gosto porque eu não disse nela como os pretos sofreram mais que os italianos. Ok. Eu sei que os negros sofreram mais que qualquer raça no Brasil. Foram chicoteados. Torturados. Foi algo tão desumano que só um ser humano seria capaz de fazer igual. Brancos caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio caucasiano, e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos.

Lembra que eu disse que era ítalo-descendente? Então. Os italianos podem nunca ter escravizados os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus. E eles já se vingaram de mim com juros e correção monetária, pois já fui escravo durante anos de um carnê das Casas Bahia.

Se é engraçado piada de gay e gordo, por que não é a de preto? Porque foram escravos no passado hoje são café com leite no mundo do humor? É isso? Eu posso fazer a piada com gay só porque seus ancestrais nunca foram escravos? Pense bem, talvez o gay na infância também tenha sofrido abusos de alguém mais velho com o chicote.

Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo "negro" ou "afrodescendente" , tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça, você será apenas preto e eu, branco, da mesma raça - a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita "100% humano", pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça que discute coisas idiotas de uma forma superficial e discrimina o próprio irmão."

29 de agosto de 2011

Shopping Centers

O conceito moderno de Shopping Center deve ser o de uma espécie de minicentro de uma cidade, ou uma “micropolis”, que por ser artificial, está imune aos elementos lesivos de um centro convencional e que é capaz de confortar angústias e de completar o vazio na vida social de muitas pessoas.
A localização desses minicentros deve levar em conta a mobilidade urbana, ou seja, que o local escolhido seja passagem para qualquer pessoa que se desloque dentro de sua região de trabalho, lazer ou estudo.
O primeiro objetivo seria então, interceptar esse público consumidor para que entre no Shopping para fazer suas compras - por necessidade ou por impulso - no meio de seu deslocamento.
O outro objetivo seria atrair o púbico consumidor desde sua residência, trabalho ou escola, até o Shopping, também com o objetivo de buscar mercadorias, alimentação, lazer ou cultura.
Seguinte fator importante a ser analisado é a densidade demográfica da área de influência do empreendimento, da renda da população objetivo e dos seus hábitos de consumo.
O potencial de compra desta área mais próxima é muito importante na avaliação, pois especialistas estimam que entre 70% e 80% da demanda vem dos consumidores deste espaço.
Portanto, as dimensões e o conceito do Shopping devem estar associados ao tipo de público, seu tamanho, classe econômica e o potencial do crescimento urbano da região.

12 de agosto de 2011

A régua da ética

Quando se fala nesse assunto sempre se cria uma sensação de incerteza, pois falar em ética é falar de si próprio.
Poucas pessoas no mundo são capazes de dizer: eu não tenho ética. Essas palavras inserem em seu centro uma perspectiva de não tê-la é como não ser humano.
Ao que parece, não existe mesmo ser humano sem ética. É que ela tem forma e tamanho diferentes. Ou não tem. É amorfa.
Normalmente esse assunto está muito relacionado a dinheiro, ou a forma de como cada um se relaciona com ele. Na verdade ética está mesmo é relacionada a vida e a morte. Mas enfim, vamos pela estrada do coloquial.
Buscar o dinheiro é uma necessidade humana para sobreviver, viver e aparecer na sociedade.
É difícil imaginar que ética seja algo que se possa passar de pai para filho. Creio que não esta no DNA das pessoas. Está no contexto do mundo em que ela vive.
Há pessoas, com educação severa, e muito disciplinadas, que são capazes de ter atitudes que confrontam o nosso conceito de ética.
Assim, tenta-se parametrizar esse conceito de acordo com os nossos.
Um amigo me falava orgulhoso de que o filho havia passado no vestibular de engenharia. Na prova de inglês, sentou ao lado de um conhecido que havia morado nos Estados Unidos e que havia colado e gabaritado a prova. “Que cara de sorte!”.
Para esse amigo, de conduta corretíssima na sociedade, o filho não havia cometido nada de errado. Esse fato não é componente da ética. É estar atento às oportunidades de seu entorno.
Tenho certeza de que se o filho tivesse comprado o gabarito da prova, ele teria outra reação.
Comprar a prova é uma coisa, colar é outra.
Para um advogado defender um assassino confesso, não é falta de ética, é compromisso da profissão.
Já escutei alguém dizer que jamais defenderia um assassino, pois no seu modelo de ética esse trabalho o afronta.
Ganhar dinheiro e ter lucro é ético?
Sempre que alguém efetua esse ato estará tirando algum tipo de vantagem de outro. De alguma forma.
- Estou vendendo um bom produto ou um bom serviço. Isso é ético!
O valor é justo ou é ético?
Qual seria o valor ético ou qual a diferença entre o justo e o ético?
Portanto a pergunta: onde encontramos a régua da ética?
É muito difícil criticar alguém por falta de ética, pois sempre estaremos medindo pela nossa régua.
Talvez se possa dizer que ética seja os nossos limites próprios, impostos por nós mesmos às nossas atitudes do nosso cotidiano.