15 de junho de 2011

Cerveja não engorda

Um estudo espanhol recente evidenciou que tomar o equivalente a uma latinha de cerveja por dia combate a diabetes e previne contra hipertensão.
O tablóide ingles Daily Mail informou que pesquisadores espanhóis estudaram 1.249 homens e mulheres com mais de 57 anos e descobriram que aqueles que combinavam uma dieta mediterrânea (de peixe, azeite de oliva, frutas e vegetais) com exercícios e até um litro de cerveja por dia "não só não engordavam, mas em alguns casos, até mesmo perdiam peso". Os bebedores de cerveja também tiveram um menor risco de diabetes e pressão alta.
“A cerveja não é a culpada pela obesidade, já que ela tem cerca de 200 calorias por latinha - o mesmo que um café com leite integral” enfatiza a médica espanhola Rosa Lamuela, uma das responsáveis pela pesquisa feita em parceria com a Universidade de Barcelona, o Hospital Clínico de Barcelona e o Instituto Carlos III de Madri.
O estudo, intitulado "A cerveja, dieta mediterrânea e as doenças cardiovasculares", concluiu que a cerveja, que contém ácido fólico, vitaminas, ferro e cálcio, pode trazer os mesmos benefícios ao coração que aqueles anteriormente relacionados ao ato de beber vinho.
"Neste estudo nós banimos um mito. Sabemos que a cerveja não é a culpada pela obesidade ", afirma a Dra. Rosa Lamuela.
Entretanto, o Dr. Ramon Estruch, investigador principal do estudo, sublinhou que, para colher os benefícios cardiovasculares da dieta da cerveja, a pessoa precisa beber de forma sensata. Por ter graduação alcoólica baixa, as mulheres podem tomar dois copos de cerveja por dia, enquanto que os homens no máximo três.

6 de junho de 2011

Novembrada - Uma história que eu vi acontecer

A Novembrada, como é conhecida hoje, foi uma manifestação popular ocorrida em 30 de novembro de 1979 em Florianópolis durante uma visita do então presidente João Figueiredo para uma serie de homenagens (como descerrar uma placa em homenagem a Floriano Peixoto, na praça central da cidade).
É interessante como fatos mudam de sentido e contexto, dependendo das pessoas que passam a história à diante. Este acontecimento, contado por quem estava ali naquele momento, não ocorreu como descrito na atualidade.
É curioso quando se lê como historia hoje, as lembranças e eventos vividos na época da juventude. Naquele ano eu era estudante de engenharia elétrica da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Pertencia ao Centro Tecnológico, extremamente politizado e resistente a ditadura para a época. Lembro-me bem que naquele dia 30 de novembro tivemos aulas normalmente e a vida no Campus não sofreu nenhuma alteração - Eu já tinha visto outros momentos pesados por lá. Lembro-me de uma vez que foi desmontada uma aparelhagem de som em frente à Reitoria, simplesmente por estar tocando musicas do Geraldo Vandré. Mas no dia 30 de novembro de 1979, a vida lá, era normal. Rotineira.
Minhas aulas terminaram lá pelas 17h e para voltar para casa eu tinha que pegar dois ônibus. O primeiro me levava da Universidade para o centro da cidade. Eu desci no terminal e andei um quilometro, cruzando todo o centro, até o terminal onde eu devia pegar o segundo ônibus.
Recordo muito bem, enquanto passava pelo caminho de sempre, ou seja, cruzando a Praça XV de Novembro, em torno das 18h30min, percebi uma sujeira fora do comum pelas ruas em torno da Praça e da Rua Felipe Schmidt. Aquele cenário lembrava uma manhã de carnaval.
Tudo aconteceu num pequeno espaço, entre a frente ao Palácio Cruz e Souza e a Praça XV de Novembro, seguindo em L uma quadra pela Rua Felipe Schmidt - uns 200 metros ao todo. Deveria ter em torno de umas cem pessoas, vinte delas (mais ou menos) pertencentes ao Diretório Central de Estudantes da UFSC.
A manifestação acontecia com cartazes e bandeiras vermelhas contra a fome, baixos salários e liberdade de expressão, grandes estandartes da época.
A confusão começou quando alguém, que não pertencia ao grupo de estudantes que estavam preocupados com o Figueiredo, aproveitando o clima barulhento e por puro vandalismo, resolveu arrancar a placa de bronze (em homenagem a Floriano Peixoto) de seu pedestal. Este ato teve como consequência um ajuntamento de pessoas que passavam na área, e chutes foram dados na placa, como se estivessem jogando futebol.
Instaurou-se uma confusão, onde ninguém mais sabia quem eram os estudantes ou quem eram os ‘vândalos’ da região central. Pode-se imaginar em que aquela correria acabou se transformando.
Mais tarde, em casa, meu pai comentava sobre a confusão que tinha presenciado naquela tarde próximo ao lugar de seu trabalho. Comentava sobre o vandalismo com as lojas da região, que tiveram que fechar as suas portas para que não fossem invadidas.
No dia seguinte, os dois jornais da cidade davam importância moderada ao fato. Nada que pudesse influenciar de forma contundente a rotina das pessoas daquela, na época, pacata cidade.
Com o passar dos dias, os noticiários divulgavam que alguns estudantes estavam sendo enquadrados na Lei de Segurança Nacional, por agressões ao presidente da República e Ministros de Estado.
Veio dezembro, os preparativos para o Natal e o assunto desapareceu das conversas daqueles que circulavam pelo calçadão da Felipe, como era chamada a região.
Muitos anos depois, o ocorrido volta à cena com outra conotação. Filme com Lima Duarte de protagonista, e toda uma atmosfera de resistência a Ditadura Militar, chamada romanticamente ou marketeiramente de “Novembrada”.
Eu passei pela história deste bastião de resistência catarinense ao regime militar. Assim como essa, como será que se contam ou contarão as outras histórias da história de nossa Pátria Amada Brasil?

31 de maio de 2011

Collor e Lula. Pela Wikipédia.

Collor:
A maior e mais forte crise enfrentada pelo governo Collor tomou forma em junho de 1992 graças a uma disputa envolvendo o irmão Pedro Collor e o empresário Paulo César Farias a partir da aquisição, por este último, do jornal Tribuna de Alagoas visando montar uma rede de comunicação forte o bastante para eclipsar a Gazeta de Alagoas e as Organizações Arnon de Mello. Contornada em um primeiro instante, a crise tomou vulto ao longo do ano seguinte, possuindo como ápice reportagem da revista IstoÉ trazendo matéria com o motorista de Collor, Eriberto França . A revista Veja trouxe uma matéria na qual o caçula do clã, acusava o empresário PC Farias de enriquecer as custas da amizade com o presidente algo que teve desdobramentos nos meses vindouros: em 10 de maio, Pedro Collor apresentou a Veja documentos que apontavam o ex-tesoureiro do irmão como o proprietário de empresas no exterior e como as denúncias atingiam um patamar cada vez mais elevado a família interveio e desse modo o irmão denunciante foi removido do comando das empresas da família em 19 de maio por decisão da mãe, dona Leda Collor .
Oficialmente afastado por conta de "perturbações psicológicas", Pedro Collor não tardou a contra-atacar: primeiro apresentou um laudo que atestava a sanidade mental e a seguir concedeu nova entrevista a Veja em 23 de maio na qual acusou PC Farias de operar uma extensa rede de corrupção e tráfico de influência na qualidade de "testa-de-ferro" do presidente, o qual não reprimia tais condutas por ser um beneficiário direto daquilo que ficou conhecido como "esquema PC". Quarenta e oito horas depois a Polícia Federal abriu um inquérito destinado a apurar as denúncias de Pedro Collor e no dia seguinte o Congresso Nacional instaurou uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito destinada a investigar a veracidade das acusações.
Presidida pelo deputado Benito Gama (PFL–BA) e relatada pelo senador Amir Lando (PMDB–RO), a CPMI foi vista com certo desdém pelo governo, a ponto de Jorge Bornhausen, o então chefe da Casa Civil, ter declarado que a comissão "não levaria a lugar nenhum".
Pouco tempo depois Fernando Collor foi à televisão e rechaçou as denúncias feitas contra a administração e com isso sentiu-se à vontade para conclamar a população a sair de casa vestida em verde e amarelo em protesto contra as "intenções golpistas" de determinados setores políticos e empresariais interessados em apeá-lo do poder. O apelo pareceu ter dado certo: no dia 12 de agosto, quando completou 43 anos, foi homenageado por empresários, políticos, cantores, artistas e admiradores, parecendo até que tudo seria esquecido, havendo ampla cobertura midiática desse apoio. Entretanto, teve na verdade um efeito inverso ao que originalmente se propunha, pois o que se viu às ruas foram as manifestações de jovens estudantes denominados caras-pintadas, em referência às pinturas dos rostos que, capitaneados pela União Nacional dos Estudantes exigiam o impeachment do presidente numa cabala resumida no slogan "Fora Collor!" repetida à exaustão em passeatas por todo o país a partir de 16 de agosto. Segundo a opinião de diversos sociólogos e cientistas políticos, foi essa mobilização estudantil, (reforçada pela participação da sociedade civil organizada, o que aos poucos fez com que os meios de comunicação fossem abandonando Collor), o fator decisivo para que as investigações da CPMI avançassem e não fossem turvadas pela interferência governamental, ou seja, sem essa cobrança por parte da sociedade o afastamento de Collor provavelmente não teria ocorrido, ainda que o "embrião estudantil" da mesma tenha sido tachado inicialmente por setores da imprensa como algo "desprovido de idealismo e coerência política" à mercê da manipulação de grupos políticos de esquerda. Enquanto isso as apurações na CPMI colhiam, paulatinamente, uma série de depoimentos e também de documentos escritos que corroboravam os indícios da atuação de Paulo César Farias nos bastidores do poder.
Em 26 de agosto o relatório final da "CPI do PC" foi aprovado e nele constava a informação de que o presidente e os familiares tiveram despesas pessoais pagas pelo dinheiro recolhido ilegalmente pelo "esquema PC" que distribuía tais recursos por meio de uma intrincada rede de "laranjas" e de "contas fantasmas". Como exemplos materiais desse favorecimento foram citadas a reforma na "Casa da Dinda" (residência de Fernando Collor em Brasília) e a compra de um automóvel Fiat Elba. Cópias do relatório foram entregues para a Câmara dos Deputados e para a Procuradoria-Geral da República, e um pedido de impeachment foi formulado tendo como signatários o jornalista Barbosa Lima Sobrinho, presidente da Associação Brasileira de Imprensa, e o advogado Marcelo Lavenére, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. Entregue ao deputado Ibsen Pinheiro, presidente da Câmara dos Deputados, o pedido de abertura do processo de impeachment foi aprovado em 29 de setembro por 441 votos a favor e 38 votos contra, com uma abstenção e 23 ausências.
Sobre o dia da votação (transmitida para todo o país pelos meios de comunicação, que já haviam abandonado definitivamente Collor) vale registrar que a mesma transcorreu sob a égide do voto aberto e isso fez com que os deputados pensassem na sobrevivência política dada a proximidade das eleições municipais de 1992 e o desejo de reeleição em 1994, assim muitos parlamentares optaram pelo "sim" no momento decisivo apesar de promessas em sentido contrário, ou seja, votos que eram contabilizados para o governo migraram para o bloco do impeachment, dois dos quais merecem destaque o caso do deputado Onaireves Moura (PTB–PR), que dias antes organizara um jantar de desagravo ao presidente e a seguir o voto do alagoano Cleto Falcão, ex-líder do PRN na Câmara dos Deputados e amigo íntimo de Collor, demonstrando assim o total isolamento do presidente. Para aprovar a abertura do processo de impeachment seriam necessários 336 votos e o sufrágio decisivo ficou a cargo do deputado Paulo Romano do (PFL–MG).
Afastado da presidência em 2 de outubro, foi julgado pelo Senado em 29 de dezembro de 1992. Como último recurso para preservar os direitos políticos, Collor renunciou ao mandato antes do início do julgamento, mas a sessão teve continuidade. O julgamento foi polêmico e alguns juristas consideraram que o julgamento, após a renúncia, não deveria ter acontecido. Foi condenado à perda do cargo e a uma inabilitação política de oito anos pelo placar de 76 votos a 5 numa sessão presidida pelo ministro Sydney Sanches, presidente do Supremo Tribunal Federal.

Lula
Após denúncias do então deputado do PTB Roberto Jefferson, envolvido em esquema de propina na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, houve enorme desarranjo político entre o poder executivo e sua base, aumentado o grau de ataque dos partidos de oposição. Essa crise desdobrou-se em outras, que geraram certa paralisia no governo federal, inclusive com a queda de ministros e a cassação de deputados. Nesse período, compreendido entre abril e dezembro de 2005, o índice de aprovação do governo Lula atingiu o seu mais baixo percentual desde o começo de seu mandato. Também houve a demissão dos ministros José Dirceu, Benedita da Silva, Luiz Gushiken, por suspeitas de envolvimento em casos de corrupção ou prevaricação. Em janeiro de 2006, com o desgaste do Poder Legislativo em meio a absolvições de congressistas envolvidos no mesmo esquema, julgados por seus pares por envolvimento em episódios de improbidade, Lula consegue reagir, desvia-se dos escândalos e volta a ter altos índices de popularidade. O caso da venda de um dossiê para petistas em São Paulo, contendo informações sobre supostas irregularidades na gestão de José Serra no Ministério da Saúde, a menos de dois meses do primeiro turno das eleições de 2006, não diminuiu os índices de popularidade do presidente.
No entanto, continuou a ser ventilados casos como o do filho de Lula, Fábio Luís Lula da Silva, o "Lulinha", que teria supostamente enriquecido após fechar contrato de quinze milhões de reais com a empresa de telecomunicações Telemar da qual o governo é acionista.
No começo do ano de 2008 iniciou-se uma nova crise: a do uso de cartões corporativos. Denúncias sobre irregularidades sobre o uso de cartões corporativos começaram a aparecer. As denúncias levaram à demissão da Ministra da Promoção da Igualdade Racial Matilde Ribeiro, que foi a recordista de gastos com o cartão em 2007. O ministro dos Esportes Orlando Silva devolveu aos cofres públicos mais de R$ 30 mil, evitando uma demissão. A denúncia que gerou um pedido de abertura de CPI por parte do Congresso foi a utilização de um cartão corporativo de um segurança da filha de Lula, Lurian Cordeiro Lula da Silva, com gasto de R$ 55 mil entre abril e dezembro de 2007. A investigação, no entanto, contou com a abrangência desde o período de governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Alguns órgãos da imprensa alegaram que o Palácio do Planalto montou um dossiê que detalhava gastos da família de FHC e que os documentos estariam sendo usados para intimidar a oposição na CPI, mas a Casa Civil negou a existência do dossiê. Meses depois, sob críticas da oposição, a CPI dos Cartões Corporativos isentou todos os ministros do governo Lula acusados de irregularidades no uso dos cartões e não mencionou a montagem do dossiê com gastos do ex-presidente FHC.
“Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão.”
— Lula, ao justificar os acordos em seu governo.
Foi apresentado no dia 26 de janeiro de 2011 uma denúncia contra Lula e seu ex-ministro da Previdência Social Amir Lando por improbidade administrativa. No dia 22 de fevereiro do mesmo ano, venho a divulgação de que o Ministério Público Federal no Distrito Federal teria entrado com ação tendo como acusação de que ele e seu ministro teriam usado a máquina pública para promoção pessoal e a fim de favorecer o Banco BMG.
As supostas irregularidades ocorreram entre outubro e dezembro de 2004.
Collor iniciou sua caminhada na antiga ARENA. Governou o Brasil por dois anos e meio e renunciou para não ser retirado do cargo.
Lula iniciou sua caminhada no movimento sindical do ABC paulista. Governou o Brasil por oito anos e reelegeu sua sucessora na Presidência da República.

Origem dos textos deste post:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Collor_de_Mello
http://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Inácio_Lula_da_Silva