
Nessa concepção, destaca-se o valor atribuído ao seu
entendimento de Sociedade Civil como sendo o espaço social onde deve ocorrer a
luta pela hegemonia, para que a classe subalterna passe a ser a Classe
Dirigente.
Um grupo social da classe dirigente, assumindo o controle da
Sociedade Política (Estado), permite que o partido da Classe Dirigente seja
posicionado acima do Estado.
A manobra simples, lenta e gradual utiliza-se dos
instrumentos legais e políticos da democracia para, de forma pacífica e sutil,
minar e enfraquecer as principais trincheiras democráticas: Executivo,
Legislativo, Judiciário, Forças Armadas, Religião e Família.
Usando a propaganda subliminar, o populismo e a demagogia,
as consciências são entorpecidas e é criada a sociedade massificada para a luta
pela hegemonia.
Isso significa realizar uma transformação intelectual e
moral da sociedade pelo abandono de suas tradições, usos e costumes, mudando
valores culturais de forma progressiva e contínua, introduzindo novos conceitos
que, absorvidos pelas pessoas, criam o “senso comum modificado”, gerando uma
consciência homogênea construída com inteligência e sem aparente conteúdo ideológico,
buscando a identificação com os anseios e necessidades não atendidas pelo poder
público.
Essa hegemonia cultural é um conceito formulado para
descrever o tipo de dominação ideológica de uma classe social sobre outra,
particularmente da burguesia sobre o proletariado, o que se manifesta, por
exemplo, quando os interesses da alta burguesia de um país são identificados
aos interesses de toda sociedade do país ou quando a historiografia se
concentra apenas em grupos ou indivíduos de elite.
Este pensamento passou a permear o tecido social brasileiro
a partir de 1º de janeiro de 1995 com a posse de Fernando Henrique Cardoso.
Intelectual típico e adequado para dar início a implementação das ideias de
Gramisci em um país que poderia ser a referência para a experiência desta
ideologia na América Latina.
De lá para cá foi ocorrendo uma doutrinação sutil e
inteligente, que vem escorrendo pelas escolas, universidade, show business, pela literatura, teatro e cinema. Ou
seja, a doutrinação para o “empoderamento” cultural desta camada burguesa da
sociedade com grande capacidade de influenciar o que Gramisci chamava de classe subalter
na.
Quando observamos o discurso social e político de grande
parte destes grupos, podemos observar de forma diáfana o quanto avançou esta nuvem
da doutrinação, principalmente nos mais jovens e que não são alimentados de básicos
conhecimentos de história.
Segundo o teórico italiano, caberia aos revolucionários
agir, atuar praticamente. No entanto, para uma atuação eficaz, eles precisariam
superar as "ideologias parciais e falaciosas", através de um processo
no qual deveriam se apoiar nas ciências e na filosofia, buscando o máximo de
"objetividade" no conhecimento, e encaminhando então, na ação, a
realização prática efetiva da "unificação cultural do gênero humano".
A consequência deste indicativo de Gramisci é a exaltação às
igualdades com a unificação das “minorias” em um mesmo caldo com as “maiorias”
de tal modo que valores minoritários e difusos pudessem absorver e diluir
valores tradicionais de ética e moral, por exemplo.
Felizmente, creio que boa parte da sociedade brasileira
conseguiu enxergar esta manobra, não talvez de forma direta, mas intuitiva e
descartou esses conceitos da moderna esquerda comunista, para definitivamente arredar
do Brasil esta experiência exótica que só funciona na cabeça de intelectuais
psicopatas e que pelas fantasias idealistas de um mundo perfeito, são capazes
de cooptar jovens desnutridos de informação e cultura básica, como foi o caso
do Estado Islâmico na Europa anos atrás.
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